postado em 17/04/2012 10:12
Uma senhora de 79 anos vai ser julgada nesta quarta-feira (18/4) pelo Tribunal no Júri de Brasília. Ela é acusada de tentar matar o filho que vivia em estado vegetativo. O suposto crime teria acontecido em 2003 quando testemunhas a teriam visto tentar asfixiar o rapaz com travesseiro por duas vezes e, em outra oportunidade, interromper o suprimento de oxigênio ao qual estava ligado.Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público em novembro de 2007, "nos dias 21, 22 e 23 de abril de 2003, em horários diferenciados, (...) a denunciada, usando travesseiro em dois dias, e retirando o balão de oxigênio no outro, tentou matar o próprio filho I.A.B.J., então em verdadeiro estado vegetativo, só não tendo conseguido seu intento por circunstâncias alheias à sua vontade". A denúncia explica ainda que a vítima, que morava com a mãe, sofreu uma lesão cerebral após uma parada respiratória, e, por isso, tinha acompanhamento médico domiciliar ininterrupto. A ré teria entendido que a morte era a melhor solução para o filho.
O rapaz só não veio a óbito porque nas três vezes em que a mãe tentou matá-lo, os enfermeiros intervieram e conseguiram restabelecer a atividade respiratória do paciente. Depois desses episódios, a vítima foi retirada de sua residência e passou a receber tratamento no hospital.
Ao ser ouvida, a mulher negou as acusações. Ela disse que as enfermeiras devem ter confundido a situação, pois certamente estava apenas ajeitando os travesseiros e não tentanto sufocar a vítima. A acusada admitiu que tentou mexer no aparelho de oxigênio, mas explicou que era para aumentar o fluxo de oxigênio e não retirar o balão. Contudo, uma testemunha afirma que a viu com um travesseiro sobre o rosto do rapaz no momento em que dizia que o estaria libertando.
A defesa pediu um exame de sanidade mental da acusada para verificar sua imputabilidade. O resultado revelou histórico de transtorno depressivo, mas isso não comprometeria suas capacidades de entendimento e autodeterminação. A defesa chegou a recorrer, mas o recurso não foi aceito.