O governo local inicia, depois de amanhã, uma cruzada para reduzir os índices de criminalidade no Distrito Federal. O lançamento do plano Ação pela Vida deve alterar drasticamente a rotina das instituições responsáveis pela segurança pública na capital. Se der certo, as polícias Civil e Militar serão obrigadas a trabalhar juntas. Mais do que deflagrarem operações esporádicas, as duas corporações terão de compartilhar informações, algo raro atualmente. Outra estratégia para frear a escalada da violência é a divisão do DF em quatro grandes Regiões de Segurança Integrada (Risp) (veja arte). Cada área será dirigida por um delegado e um coronel. Eles têm a missão de cobrar resultados dos subordinados semanalmente e, se as metas forem cumpridas, todos os envolvidos podem receber bonificação. A possibilidade de pagamento extra será estudada pela Secretaria de Planejamento.
O plano foi construído ao longo de vários meses e entra em vigor no momento em que o DF atravessa um dos momentos mais críticos na área de segurança. Soldados e oficiais da PM iniciaram a chamada Operação Tartaruga há mais de dois meses. A falta de policiamento ostensivo nas ruas contribuiu para que março, por exemplo, apresentasse taxa de homicídio superior à do Entorno, considerado um dos lugares mais perigosos do país. O então comandante, Sebastião Gouveia, não suportou a onda de sequestros relâmpagos, assassinatos e roubos e foi exonerado três meses após assumir o cargo.