Cidades

Metroviários decidem em assembleia entrar em greve por tempo indeterminado

Rosane Garcia
postado em 18/04/2012 23:51
Os metroviários decidiram, em assembleia nesta quarta-feira (18/4), entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (19/4). Apenas 30% dos profissionais e dos trens estarão em atividade. Os cerca de 170 mil usuários contarão apenas com sete trens em circulação, com intervalos de tempo mais prolongados, e 240 dos 800 trabalhadores para atendê-los.

Segundo Nicolau Hamilton Lopes Marques, da Secretaria de Saúde do Trabalhador do sindicato da categoria, a proposta do governo foi confusa e não contempla nenhuma das mais de 60 cláusulas da pauta de reivindicações os trabalhadores. Eles pedem reajuste salarial de 25%, melhoria das condições de trabalho e realização de concurso. Sob o argumento de que a Lei de Responsabilidade Fiscal impede a elevação de gastos com pessoal, o governo não teria apresentado nenhuma contraposta às cláusulas econômicas.

"Em lugar disso, quer elevar o valor do auxílio-creche e educação, mas o reduzir o tempo do benefício de 14 anos para 7 anos. Propôs ainda que troquemos o abono salarial de R$ 118 por um auxílio-combustível no valor de R$ 132. Na verdade, quer que a gente abra mão de uma parcela do salário", disse Nicolau Marques.

Amanhã, a partir da 15h, os metroviários vão se concentrar diante do Palácio do Buriti para pressionar o governo a reabrir as negociações com o GDF. Eles vão se somar aos professores que estão acampados no local. "Esperamos que essa situação se resolva o quanto antes", afirmou o sindicalista. Nicolau Marques.

Os metroviários reclamam ainda que, desde a última paralisação, o governo tem pressionado os trabalhadores e ignorado as conquistas obtidas. Nicolau Marques cita como exemplo a ampliação da jornada de trabalho dos pilotos, que passou de 6 para 8 horas diárias, o que contraria um estudo que reconheceu o desgaste imposto pela atividade ao trabalhador. "Isso é retaliação", afirma o sindicalista. Ele acrescenta ainda que depois de dois meses de negociação, sem acordo com o governo, a greve nesse momento é a única alternativa da categoria.

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