Braitner Moreira
postado em 09/05/2012 08:12
O cartão de apresentação, os atestados, as receitas de medicamentos e a fachada da clínica não deixam dúvidas. Quem bate à porta de Adriano José Sabino Xavier Bizerra, 42 anos, procura um neurologista ou um psiquiatra. Alegando possuir as duas especialidades, o médico atende em uma sala do segundo andar de um centro clínico da 910 Sul. Para o Conselho Regional de Medicina, ele não poderia propagar esses aperfeiçoamentos, pois nem sequer tentou registrar as especializações. Ele não passa, portanto, de um clínico-geral, mas exerce a profissão de forma indevida. Além disso, é investigado pela Polícia Civil por estelionato, suspeito de dar golpes milionários em pacientes.
Uma advogada da Asa Norte tornou-se vítima do médico duas vezes. Consultou-se por quatro anos com alguém que acreditava ser especializado em neurologia. %u201CTodo o meu tratamento foi feito com ele, que fazia os meus exames e também se dizia acupunturista e psiquiatra. Mas nunca cheguei a desconfiar%u201D, lamenta. O histórico médico da mulher é um misto de receitas, laudos e recibos com o carimbo do suposto golpista. A confiança era tanta que a mãe e o irmão da vítima também foram consultados com frequência.