Cidades

MP cobra rigor para evitar construção de imóveis de luxo às margens do Lago

Helena Mader
postado em 18/05/2012 07:14
Diante da proliferação de empreendimentos residenciais à beira do Lago Paranoá, que tomam o espaço dos clubes esportivos, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) vai cobrar do governo mudanças na legislação para coibir o desvirtuamento da orla do espelho d;água. Como o Correio mostrou na edição de ontem, empresas do setor imobiliário pressionam os clubes para venderem os terrenos. Assim, as entidades esportivas são fechadas e se transformam em empreendimentos, como hotéis e até apartamentos residenciais ; o que é proibido pela legislação. O projeto original do Plano Piloto, de Lucio Costa, previa a manutenção das margens do lago como um espaço público e democrático, de acesso livre para a população.

[SAIBAMAIS]Existem diferentes normas de gabarito para os lotes dos setores de clubes Norte e Sul. Em algumas áreas, só é permitido o funcionamento de clubes esportivos. Já em determinados terrenos, a legislação autoriza ainda a instalação de um leque maior de empreendimentos, como restaurantes, discotecas ou casas de espetáculo. Nos anos 1990, novas normas de gabarito ampliaram as possibilidades de atividades e abriram brechas para a construção de hotéis ou apart-hotéis. Mas muitos empreendimentos aprovados regularmente como hoteleiros pela administração regional se transformaram em condomínios residenciais de luxo. Assim, o projeto urbanístico da cidade foi alterado, sem que nenhum empresário sofresse qualquer tipo de punição.

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