O levantamento incluído no Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal e Entorno (PDTU) sobre a rede viária da capital demonstra que no DF rodas são tão ou mais importantes que os próprios pés. A cada 10 pessoas que moram em Brasília e nos arredores, oito se locomovem por modos motorizados, como carros, motos, ônibus, vans e metrô. O dado é um dos que ajudam a explicar a condição impraticável a que cidade planejada há meio século chegará em poucos anos se não forem tomadas medidas para adaptação do sistema de transporte à quantidade de pessoas que precisam se movimentar. E não é o único: a melhoria da renda ao longo dos últimos anos estimulou o uso do transporte individual, o que, aliado à falta de meios coletivos de qualidade, colocam o DF à beira de um colapso na mobilidade urbana.
Da área observada no estudo que integra o PDTU, 75% dizem respeito à situação no Distrito Federal e outros 25% referem-se às circunstâncias do tráfego de veículos no Entorno. Há uma diferença marcante entre as duas regiões. No DF, a grande maioria dos moradores (77,4%) usa modos motorizados para ir e vir. No Entorno, esse índice cai para 53%. A diferença também se mantém no tipo de veículo usado na locomoção. Nas áreas centrais da capital, metade da população anda de carro e 42% de ônibus, micro-ônibus, van ou metrô. Nas cidades vizinhas a Brasília, a situação se inverte. Nesse caso, 67% das pessoas usam transporte coletivo, contra apenas 22% que andam de carro.