Jornal Correio Braziliense

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Tragédia do Imagination faz um ano e três pessoas responderão por homicídio

Daqui a dois dias, oito famílias reviverão a maior tragédia ocorrida no Lago Paranoá. O 22 de maio se aproxima marcado pela saudade e pelos questionamentos dos parentes dos nove passageiros mortos no naufrágio do Imagination. Passados 12 meses, resta a angústia de saber que o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) denunciou os acusados pelo episódio apenas quase um ano depois, no último dia 9. Três pessoas responderão por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal.

A confraternização de familiares e amigos a bordo da embarcação teve início às 20h de 22 de maio de 2011, mas em menos de uma hora a água começou a invadir o Imaginaton. Com 122 pessoas a bordo, o naufrágio ocorreu nas proximidades da Associação de Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade). A cena, relatada pelos sobreviventes, era de completo desespero, escuridão, frio e gritaria. Entre os nove mortos, havia duas crianças. O acidente ocorreu exatamente um ano após duas irmãs perderem a vida em um acidente de lancha também no Lago Paranoá (leia Memória).

Júlia Pereira, 44 anos, está parada no tempo desde a morte da filha Flávia Daniela Pereira Dornel, 22. As lembranças da comerciante permanecem à margem do Lago Paranoá, na noite do 22 de maio. Os quatro filhos e alguns netos de Júlia participavam da festa no barco. Nenhum deles sabia nadar. Flávia, no entanto, foi a única que não conseguiu se salvar. Deixou três filhos, um deles ainda em fase de amamentação. Heitor, hoje com 2 anos, mantém viva a memória da mãe por meio de fotos. ;Coloquei muitas imagens da Dani no meu quarto. Ele (Heitor) chega na minha casa e corre para dar beijo nos retratos da mãe;, conta Júlia. Daniela também era mãe de Karine, 5, e Daniel Joab, 6.