postado em 21/05/2012 20:58
Integrantes do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) estiveram reunidos no fim da tarde desta segunda-feira (21/5). O governo sugeriu a inscrição das famílias no programa habitacional da Sedhab, que já teve a inclusão encerrada, além de auxílio para quem não tiver para onde ir. A proposta será discutida amanhã pelo movimento. Às 16h, haverá nova reunião na sede da Secretaria de Governo. "O cadastro será reaberto para qualquer um que queira. As famílias do acampamento que moram de aluguel voltarão para suas casas e as que forem cadastradas receberão um benefício provisório até que possam organizar sua moradia", disse o secretário de Governo, Paulo Tadeu. O secretário avisou que só será cadastrado quem estiver dentro dos critérios habitacionais. ;Esperamos que a desmobilização sejá pacífica e ocorra até sexta-feira;, completou.
As sugestões agradaram o único representante do MTST presente no encontro, o diretor nacional do movimento, Edson Francisco. ;De todas, essa foi a melhor reunião. A proposta mudou dessa vez. Irão fazer o cadastro no programa habitacional e quem não tiver para onde ir será atendido pela Sedest;, disse. Segundo ele, a proposta de hoje expôs novos quesitos. ;Antes, o cadastro não era para todas as famílias, havia uma série de problemas. Elas foram incluídas no Cadúnico, mas haverá outro cadastro. Antes, queriam pagar um auxílio-aluguel por apenas um mês, agora será por três meses;, acrescentou. Amanhã o grupo deve se reunir para avaliar a proposta.
Memória
O acampamento do MTST teve início em 21 de abril em uma área na QNR 1, em Ceilândia. No último dia 3, mais de 200 integrantes do movimento tentaram invadir o Palácio do Buriti. Eles protestavam contra a decisão da Justiça, que determinava a reintegração de posse à Terracap no dia seguinte. Houve confronto. Na confusão, uma vidraça acabou quebrada e pelo menos três pessoas ficaram feridas. O GDF havia aceitado fazer o cadastro das famílias em programas habitacionais, no entanto, em reunião no dia 25 de abril, os sem-teto reivindicaram permissão para permanecer no local até o recebimento das casas, o que não foi aceito.
Na semana passada, os líderes do movimento participaram de uma tentativa de conciliação com o GDF, mediada pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios, e de uma reunião com representantes do governo. Ambas terminaram sem acordo. A Justiça havia determinado novo prazo para a desocupação da área até ontem, mas o grupo não obedeceu a determinação.