postado em 27/05/2012 12:30
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional do DF, vai pedir, na segunda-feira (28/5), a cópia do inquérito que investiga o ex-deputado distrital Júnior Brunelli em crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, uso de documento falso e peculato com o objetivo de abrir um processo para avaliar a conduta do ex-deputado no Tribunal de Ética e Disciplina (TED). ;A meu ver, há elementos suficientes para que ele responda a um processo, que correrá independentemente do inquérito ou da ação judicial, até porque a Ordem avalia se a postura dele expôs a instituição e o conjunto de advogados ao escárnio;, disse o presidente da OAB-DF, Francisco Caputo.Foragido da polícia desde sexta-feira (26/5), o ex-distrital e também advogado Brunelli quer usar as prerrogativas do ofício para se entregar à polícia. Para isso, ele entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) exigindo se livrar das algemas, dos holofotes e das grades quando for preso.
Caputo explica que enquanto o suspeito não for julgado ele tem direito as prerrogativas. Uma vez expulso da Ordem, perde os direitos de advogado. O processo pode levar de semanas a alguns meses. Ele pondera que, embora considere o caso de Brunelli grave e passível de ação interna, a questão ainda será avaliada no âmbito do Tribunal de Ética. A reportagem tentou falar com os advogados de Brunelli, mas eles não foram encontrados.
Entenda o caso
[SAIBAMAIS]Brunelli é acusado de ter desviado, pelo menos, R$ 1,7 milhão em emendas parlamentares que deveriam ter sido aplicadas para melhorar a qualidade de vida de idosos. O dinheiro foi liberado pela Secretaria de Desenvolvimento Social, em 2009, mesmo ano em que ele passou a ser reconhecido como o deputado da oração da propina, depois da divulgação do vídeo em que, abraçado ao delator da Caixa de Pandora, Durval Barbosa, puxa uma reza pedindo proteção divina contra inimigos políticos.