Cidades

Maior parte de crianças e jovens estão nas famílias mais pobres

postado em 28/05/2012 19:21
A cada dez moradores do Distrito Federal, dois são crianças e um terceiro, adolescente. A cidade com maior concentração de crianças é Brazlândia. Já Recanto das Emas lidera em percentual de adolescentes. Os números estão no relatório "O diagnóstico Retrato da infância e da adolescência no Distrito Federal", que a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) elaborou, a partir do Censo de 2010.


O levantamento faz parte da reorientação do Governo do Distrito Federal a partir de 2011, e da nova linha de estudos da Empresa, para diagnosticar e avaliar as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes.


O estudo apresenta uma análise de indicadores demográficos, educacionais, de extrema pobreza, de situação de trabalho e responsabilidade pelo domicilio, e de violência e medidas socioeducativas. Em 2010, por exemplo, 3,45% das pessoas com idade entre 10 e 13 anos trabalhavam ; o que configura trabalho infantil, proibido por lei. Um outro dado chama ainda mais a atenção: nessa mesma faixa etária, 0,8% era responsável pelo domicílio onde morava.


De acordo com o diretor de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan, Osvaldo Russo, as localidades onde a renda é mais alta tendem a envelhecer mais, enquanto regiões mais pobres, excluídas pelas políticas públicas distritais praticadas na década passada, acabam tendo um número maior de crianças e adolescentes.


"Quarenta e cinco por cento das nossas crianças estão em situação de extrema pobreza", alerta Osvaldo Russo. "A nossa gestão começou, já no ano passado, a se mobilizar para que essa realidade seja modificada", completa.


A Codeplan localizou ainda 7% das crianças vivendo em áreas consideradas subnormais. São aglomerados de residências precárias, erguidas em áreas irregulares e que, por isso, recebem pouca assistência do Estado.


DF Sem Miséria ; Para mudar essa realidade, o Governo do Distrito Federal lançou no ano passado o plano DF Sem Miséria, para tirar 46 mil famílias da situação de extrema pobreza (quando a receita mensal, incluindo salários e benefícios do Bolsa Família, é inferior a R$ 100 por pessoa). O GDF oferece, desde janeiro, um complemento na renda e a inserção em programas de capacitação profissional.


O diretor de Estudos e Políticas Sociais Osvaldo Russo acredita que a partir do final deste ano será possível ter uma noção dos resultados desse modelo. A Codeplan tem realizado acompanhamentos constantes, a partir de outras pesquisas, que mostram a situação de cada região administrativa, como a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD). Esse detalhamento possibilita que o GDF insira com mais efetividade os programas de ascensão social.


Educação ; Outro ponto que trará bons frutos para a elevação social dos moradores do DF, de acordo com Osvaldo Russo, será a construção de creches públicas, que possibilitarão que as mães possam deixar seus filhos em segurança enquanto trabalham.


"A construção de creches é um direito das mães, que precisam trabalhar, e das crianças, que desde cedo podem ir para a escola", conclui.


A construção de novas unidades socioeducativas ; responsáveis pela recuperação de jovens infratores ; também é elogiada, já que descentralizará o atendimento e aperfeiçoará as políticas de recuperação dos jovens. Modelo contrário ao utilizado hoje e que está sendo abolido pelo atual governo.

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