Renato Alves
postado em 29/05/2012 08:10
Qual o maior ato de heroísmo? Dar a vida por outro ser humano, sem dúvida. Assim agiu Ronefrancis Bandeira da Silva na tarde do último sábado. O empresário de 38 anos não titubeou em servir de escudo ao filho de 7 anos, em meio à injustificável troca de tiros entre um policial civil e um militar. Rone, como era conhecido entre os amigos e parentes, morreu com uma bala nas costas. Salvou o menino.Houve ao menos 20 tiros. Balas perdidas voaram em todas as direções. Como muitos pais, Rone se agarrou ao filho. O menino, que leva o nome do empresário, ficou ileso. Mas um dos projéteis acertou as costas de Rone. Ferido, ele fez um último pedido aos amigos: ;Tirem o meu filho;. Desesperados, os motociclistas pediam para ele apontar o ferimento e que reagisse.
Família
Além de Roninho, o empresário deixou uma menina, Raíssa, 15 anos; um bebê, João, 2 anos e oito meses; e a mulher, Eliane Guimarães Gonçalves, 33. Raíssa é filha do primeiro casamento de Rone. Os meninos são fruto da relação de 11 anos com Eliane. A família mora em uma casa do Condomínio Contagem, em Sobradinho. Residência da qual Rone tinha orgulho de ter construído cada detalhe, como o espaço de lazer dos filhos e, mais recentemente, um lago.
Rone gostava tanto de Harley-Davidson que, em 2010, foi aos Estados Unidos com um amigo para viajar pela histórica estrada Rota 66 e visitar a fábrica da marca. Aliado a essa paixão, estavam o rock e o blues, ritmos preferidos pela maioria dos motociclistas. Mas, acima da moto e da música, vinha a família. ;Ele era um pai bobo, maluco pelos três filhos. Falava que a Raíssa era uma boneca, que tinha que cuidar. Com os meninos, era brincadeira o dia inteiro, de luta, de videogame;, lembra Eliane, a companheira e sócia nos negócios.