Dominado pela angústia da internação para tratar um tipo raro de câncer, em fevereiro deste ano, Gabriel Nogueira Silva, 15 anos, sentou-se no chão do hospital, debruçou-se sobre canetas e papéis e desenhou. Riscava e coloria, coisa que nunca tinha feito. Extraiu da solidão e das noites de insônia 13 obras de arte coloridas com o azul em destaque e a força para enfrentar a doença em estágio avançado. Inspirou-se no primo que o visita com frequência, na madrinha, em desenhos animados, na internet, em reportagens que leu, nos grafites de Ceilândia e até na equipe médica. Os desenhos fazem parte da exposição inaugurada ontem no saguão de entrada do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB), das 7h às 19h.
Com ar cansado e passos lentos, o adolescente hiperativo que gostava de futebol, fabricava pipas e comprava pulseiras para revender conta que desenhar ;trouxe paz; para encarar o tumor desmoplásico de pequenas células redondas (leia Para saber mais). ;A situação que eu vivia, internado, me motivou a pintar. Desenhar me fez combater a doença e o desânimo;, explica.