postado em 23/06/2012 07:55
As mãos de Daniel Filipe Sousa, 9 anos, nem sempre obedecem aos desejos do garoto. É preciso esforço para apontar as letras no papel. Os olhos de Maria Fernanda Diniz Pimenta, da mesma idade, também necessitaram de treinamento para seguir comandos. Nenhuma dificuldade, porém, impediu que Daniel e Maria Fernanda escrevessem o próprio destino, que começou a mudar na Escola Classe 113 Norte. Os dois compartilham uma história de vida em comum. Nasceram prematuros, faltou oxigênio para o cérebro e tiveram paralisia, que lhes deixou sequelas. Nenhum deles fala nem consegue andar, vivem na cadeira de rodas.
Daniel tem baixa visão, enquanto Maria Fernanda enxerga perfeitamente. A audição da dupla é perfeita. O cognitivo é preservado. Daniel e Maria Fernanda são donos de uma inteligência afiada. Desafiaram prognósticos pessimistas e, apesar de terem sido desacreditados pela medicina, aprenderam a ler e a escrever de um jeito todo especial, com método de alfabetização criado pela professora Raquel Souza, 44 anos, 20 deles dedicados a crianças em salas de aula.