postado em 16/07/2012 06:46
A Cadeia Pública de Planaltina de Goiás é o retrato do descaso das autoridades com o Entorno do Distrito Federal. Enraizada no coração da cidade situada a 49 quilômetros de Brasília, a penitenciária é vizinha de uma creche, de uma escola pública e de dezenas de casas e estabelecimentos comerciais. O medo dos moradores e alunos é potencializado pelo frágil sistema de segurança do prédio, incapaz de evitar fugas. No último sábado, 10 detentos considerados de alta periculosidade escaparam pulando o muro. Desde o início do ano, outros 14 conseguiram deixar a carceragem sem serem percebidos pelos agentes.Na manhã de ontem, a Polícia Militar conseguiu localizar um deles. Condenado por tentativa de homicídio e roubo, Naldo Dias de Souza, 33 anos, circulava livremente pelo centro do município goiano. Os soldados responsáveis pela prisão disseram que ele pretendia assaltar uma loja. Naldo e outros nove companheiros de cela aproveitaram a madrugada de sábado, serraram duas grades da Ala A e saíram do local.
A Secretaria de Segurança de Goiás abrirá sindicância para apurar o episódio. As autoridades querem saber se algum servidor facilitou a fuga ou se o fato se deu em virtude da estrutura precária do presídio, que tem 150 encarcerados, 100 a mais que sua capacidade. O baixo efetivo de agentes carcerários de plantão nos fins de semana é outro problema que contribui para tornar o sistema frágil. São apenas dois para vigiar toda a população carcerária. Há três semanas, a Agência Prisional de Goiás fez uma visita surpresa ao presídio e, na revista, encontrou 54 telefones celulares.
