postado em 24/07/2012 16:34
Um detento que cumpria pena na penitenciária de Unaí (MG), cidade distante cerca de 160 Km de Brasília, morreu na noite de segunda-feira (23/7) depois de ingerir pelo menos 53 pedras de crack. Beneficiado pelo sistema semiaberto, o homem engoliu a droga durante uma das saídas permitidas por lei. Segundo Pedro Henrique Cunha, delegado da cidade mineira de Buritis, distante 200Km de Brasília, o homem ficou fora do presídio por sete dias e morreu dentro do ônibus que o levaria de volta para cumprir a pena.
De acordo com o delegado, essa é a terceira vez que o caso ocorre na região e a suspeita é que uma quadrilha utilize "mulas" para que a droga entre nas penitenciárias. "As outras ocorrências não foram tão graves. Essa suposta quadrilha estaria atuando no Norte de Minas Gerais", acredita. O preso cumpria pena por tentativa de homicídio, crime cometido na cidade de Jaíba, na mesma região. "Cinco vezes por ano, ele tinha o direito de sair do presídio por sete dias. Ele tinha um itinerário que deveria ser cumprido. De Unaí, ele deveria seguir para Belo Horizonte, mas foi para o Norte de Minas", explicou o delegado.
O preso deveria ter retornado nesta terça-feira (24/7) para a penitenciária, mas morreu dentro do ônibus, a caminho de Unaí, na na cidade de Chapada Gaúcha (MG). "Os policiais me descreveram a morte, ele gritou de dor antes de morrer. Mandei que fosse levado ao IML (Instituto Médico Legal) de Unaí. Lá, encontraram as 53 pedras, mas pode haver mais", contou Cunha.
Segundo o delegado, os traficantes que fazem esse tipo de transporte da droga não sabem o risco que correm. "Eles as embalam em plástico. Muitas vezes, o ácido do estômago acaba dissolvendo a proteção. Uma só pedra absorvida é capaz de matar. Queremos coibir essa ação", alertou. Um inquérito foi instaurado para investigar o caso, que deve ser concluído em 30 dias.