postado em 27/07/2012 10:07
A vendedora Xin Fulin, que teria sido ameaçada por um agente da Polícia Federal na Feira dos Importados, conta que ficou abalada com o incidente. A vendedora afirma que temeu, principalmente, pela vida do filho de três anos. ;Ele chegou a apontar a arma para o menino e para o meu marido. Ele apontava a arma para todo o lado, sem medo nenhum;, alega. O marido de Xin trabalha na banca ao da dela e o filho do casal passa as tardes com os pais, quando sai da creche.
[SAIBAMAIS];Fecho o olho e o imagino entrando pela janela da minha casa, atirando em todo mundo;, conta. Ela diz que não esperava uma reação tão violenta. ;Ele chegou e disse que queria trocar o celular, que estava na garantia. Eu tentei explicar que, aqui na loja, não vendemos celular, só acessórios. Mas ele começou a gritar e exigiu que eu entregasse os meus documentos a ele;, lembra.
Xin relata que não entregou a documentação com medo de que o policial fosse um assaltante. ;Ele mostrou o distintivo, mas eu não sabia se era falso ou verdadeiro. Pedi para chamarem os seguranças da feira. Se eles mandassem, eu entregaria.; Ao ter sua ordem desobedecida, o policial teria sacado a arma e apontado para a vendedora.
;Com a arma na minha cabeça, ele apertou a minha boca e começou a falar. Disse que eu não era ser humano, era chinesa;, relata Xin, que mora no Brasil há oito anos. ;Nunca passei por nada parecido, achei que só acontecia em filme.;
A comerciante espera que a suposta agressão não seja ignorada. ;Alguém descontrolado assim não pode ser policial, não pode andar armado. Espero que a corregedoria faça um bom trabalho e, no mínimo, tire dele o porte de arma.;
O suposto agressor foi levado para a 8; Delegacia de Polícia (SIA), onde prestou depoimento, assinou um termo de compromisso de comparecimento à Justiça e foi liberado. ;Ele estava muito nervoso, mas não parecia ter bebido. Disse que estava cansado de tentar trocar o aparelho danificado sem sucesso. E que perdeu a paciência com a vendedora, que não falava bem português. Registramos a ocorrência de abuso de autoridade e enviamos cópias para a corregedoria da PF;, explica o delegado-chefe da 8;DP, Flávio Messina.
A assessoria da Polícia Federal revelou que o agressor é papiloscopista e trabalha na sede do órgão. Anteriormente, a PF havia informado que o agente estaria afastado. Um processo disciplinar administrativo foi aberto e, se for constatado que o policial cometeu excessos, ele poderá ser expulso da corporação.