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Mande a sua foto e ajude a eleger o ipê-amarelo mais bonito de Brasília

postado em 01/08/2012 06:45
Ipê-amarelo no câmpus central da Universidade de Brasília, na Asa Norte: espécime costuma florescer entre junho e setembro, justamente no auge da temporada de seca

Em meio à paisagem árida de Brasília, os ipês nos lembram de que a próxima estação virá trazendo o alívio da chuva. A árvore tem raiz profunda e consegue ;beber; de águas escondidas no solo seco e vermelho da capital federal. É dura e delicada como só o cerrado sabe ser. Vive a primavera durante o inverno. Por isso mesmo, floresce quando as outras árvores secam e os lábios dos moradores do Planalto Central começam a rachar. Em pleno agosto, mês marcado pelas queimadas, as flores amarelas desabrocham surpreendentes (leia Para saber mais). Para homenagear a singularidade dessa vegetação, o Correio Braziliense lança hoje um concurso cultural que vai escolher a fotografia do ipê-amarelo mais bonito do Distrito Federal.

Exuberantes, as flores exibem um amarelo em tons chamativosInteressados em compartilhar com outros brasilienses a beleza dos ipês podem mandar um e-mail com até duas fotos para ipescb@gmail.com. As imagens serão publicadas no site do Correio Braziliense. A mais bela será escolhida pelos internautas em uma enquete que começará na segunda quinzena de agosto. Os vencedores farão parte de uma reportagem a ser publicada pelo Correio com os 10 ipês mais bonitos.

A época é de ipê-amarelo. Mas a árvore das cores não dá descanso e floresce o ano todo. Parece querer lembrar às pessoas que as coisas boas da vida são permanentes. Têm suas estações, se transformam, mas estão sempre aí. Nos primeiros seis meses do ano, no verão florescem as espécies menos conhecidas e que são menos utilizadas no paisagismo: o verde e o negro. Entre maio e setembro, o ipê-roxo mostra suas flores. De junho a setembro é a vez dos amarelos. O ciclo se fecha com o rosa e o branco para começar novamente no ano seguinte.

Com a sequência intrincada de cores, o brasiliense presencia um espetáculo que se remodela mês a mês e enche os olhos de motoristas e pedestres por todo o DF. Quando uma flor está no auge, outra começa a surgir. Segundo o diretor do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Rômulo Ervilha, o órgão começou a plantar os ipês em Brasília na década de 1970. ;Primeiro houve um plantio de espécies exóticas. Mas o ciclo de vida delas em hábitat diferente era menor. Então, começamos a pesquisar espécies nativas. Dentre elas, o ipê. Eles trazem beleza. Estamos no período do ipê-amarelo, que começa a florescer em junho e vai até setembro;, explica.

Na Avenida das Nações, a árvore já chama a atenção de quem passaEspécime importante
Brasília tem cerca de 150 mil ipês, entre mudas e árvores. Trata-se de uma planta tombada pelo patrimônio ecológico do DF. Nesse caso, a árvore só pode ser retirada em casos extremos, como, por exemplo, para a realização de uma obra de interesse público ou se apresentar algum risco para a população. ;Um ipê pode viver até 200 anos. É uma espécie longeva. Ela dura cerca de 10 anos para florir. Temos muitas mudas espalhadas pela cidade que só vão começar a aparecer mesmo em três ou quatro anos. Começamos a plantar ipês-verdes também. A beleza deles chama a atenção e nos mostra como todas as formas de vida são importantes;, explica Ervilha.

Existem três espécies de ipês-amarelos. Uma das características dessas árvores é que, diferentemente de outras, elas estão presentes em todos os biomas brasileiros. Quem explica é Carmen Regina Correia, engenheira agrônoma do Centro de Referência, Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ela, o roxo também se repete em outros biomas. Já o branco, o verde e o negro são oriundos do cerrado. E há dúvidas quanto ao rosa. ;Há uma controvérsia. Alguns especialistas acreditam que ele veio de fora;, explica. ;Mesmo quando usados no paisagismo, os ipês contribuem com a natureza. A beleza ornamental e os frutos atraem pássaros, trazem a fauna para a cidade;, diz a agrônoma.

Proteção
O decreto número 14.783, de 17 de junho de 1993, define uma série de espécimes nativas do cerrado como árvores tombadas pelo patrimônio ecológico do DF. Árvores como o ipê, a copaíba e o jacarandá são imunes ao corte em áreas públicas. Para cada unidade cortada, se faz necessário o plantio de outras 30 mudas.

Regras
Saiba como participar do concurso que elegerá o ipê-amarelo mais bonito do DF

; Envie no máximo duas fotos para o e-mail ipescb@gmail.com. E-mails com mais de duas fotos serão desconsiderados;

; A árvore tem que ser do DF e a foto precisa ser obrigatoriamente deste ano;

; A espécime deve ser, necessariamente, um ipê-amarelo;

; O leitor deve enviar, com a imagem, nome completo e telefones para contato (fixo e celular), além da localização/endereço da árvore fotografada. Os dados do leitor serão mantidos em sigilo.

; Na primeira etapa, que começa hoje, as fotos serão publicadas em uma galeria no site. Depois, em data ainda a ser divulgada, será aberta a votação para os internautas, que irão eleger as árvores mais bonitas da capital.


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