Agosto é o mês do ipê-amarelo. A cor vibrante faz com que ele se destaque em meio à palidez que caracteriza o inverno no cerrado. Com o comprimento maior do que os outros exemplares da vegetação nativa do planalto central, o ipê reina sozinho. Símbolo da persistência dos candangos que enfrentaram períodos árduos de aridez para erguer uma cidade monumental no seio do país, as flores amarelas conseguem nascer e embelezar a estação do ano que mais castiga o brasiliense.
Em uma semana, o concurso cultural promovido pelo Correio recebeu 70 fotos de ipês-amarelos, marca da cidade. A partir de hoje, entra no ar uma galeria que divulgará os primeiros cliques dos apaixonados por fotografia e pela árvore. Os leitores poderão conferir as imagens no site e, em breve, será aberta a votação para eleger os registros mais bonitos. Mas ainda há tempo de participar da competição. Para tanto, basta ler a regras e enviar as imagens para o endereço eletrônico ipescb@gmail.com.
Ipê-amarelo, como a Tabebuia alba é popularmente conhecida, é uma espécie brasileira que pode completar 200 anos. Chegou a Brasília em 1970, por meio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), que trouxe diversas espécies nativas do cerrado para adornar a cidade. As flores amarelas aparecem de junho a setembro, quando as de tonalidade rosa e branca tomam o espaço antes das chuvas. No primeiro semestre, é a vez das flores verdes e negras desabrocharem.
Em 1993, o ipê entrou na lista de árvores tombadas pelo patrimônio ecológico do DF. A persistência de enfrentar a seca para cobrir a copa de dourado faz parte de uma combinação engenhosa da natureza desse espécime. Esse sistema de reprodução evita a competição de polinizadores com as plantas que possuem flores de outras tonalidades.
Paixão
Cibele Carmo da Silva, 22 anos, sempre foi apaixonada pela natureza. O interesse levou a jovem a cursar engenharia florestal. Ela conta que não perde a oportunidade de analisar as espécies do Distrito Federal. ;O ipê é uma árvore incrível porque é nativa do cerrado, mas ocorre naturalmente em vários biomas. Aprendi que, com a mudança do microclima, os amarelos podem florecer em épocas diferentes;, disse Cibele.
A engenheira Carmen Regina Correia, do Centro de Referência e Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradas da Universidade de Brasília (UnB), confirma a informação da aluna. Ela ressalta que a presença do ipê-amarelo e do roxo em todos os biomas é um diferencial das árvores de flores brancas, verdes e negras, exclusivas do cerrado. Atualmente, Brasília possui pelo menos 150 mil exemplares, entre mudas e árvores.
Além da função de paisagismo, a pesada madeira do ipê é amplamente usada na construção civil e na fabricação de móveis. O metro cúbico do material chega a custar, em média, R$1,5 mil. Também é apreciado pela medicina natural, que usa as propriedades químicas da entrecasca da árvore como adstringente e diurético.
Fique ligado
Saiba como participar do concurso cultural que elegerá o ipê-amarelo mais bonito do DF
; Envie no máximo duas fotos para o endereço e-mail ipescb@gmail.com. Mensagens com mais de duas imagens serão desconsideradas.
; A árvore tem que ser do DF, e a foto precisa ser obrigatoriamente deste ano.
; O espécime deve ser, necessariamente, um ipê-amarelo.
; O leitor deve enviar nome completo e telefones para contato (fixo e celular), além da localização/endereço da árvore fotografada. Os dados do participantes serão mantidos em sigilo.
; As fotos serão publicadas em uma galeria no site. Depois, em data ainda a ser divulgada, será aberta a votação para os internautas, que vão eleger os espécimes mais bonitos da capital.