postado em 13/08/2012 10:27
O ex-médico Marcelo Caron foi preso em uma barreira da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na noite de sábado (12/8), após passar pela BR-101, entre as cidades de São José e Parnamirim, no Rio Grande no Norte. Por força de um mandado de prisão preventiva, ele foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Pirangi, em Natal, onde permanece à disposição da Justiça. Caron é suspeito de provocar a morte de seis pacientes ; quatro em Goiás e duas no Distrito Federal. Por 25 vezes ele foi processado na Justiça de Goiás e ainda possui quatro processos por homicídio, um por estelionato, além das 19 acusações por lesão corporal.[SAIBAMAIS]Segundo o diretor do Centro de Detenção, Rondinelle Victor, o ex-médico explicou que voltava para a residência dele, na Praia de Pipa. Ele estava sozinho no carro e não resistiu à prisão. No entanto, os policiais rodoviários averiguaram que o processo ao qual ele responde, na Justiça de Goiás, ainda não foi finalizado. ;Ele teria que aguardar a decisão no estado onde ocorre o processo. Como está em outro estado é considerado fugitivo;, afirmou Rondinelle. O diretor explicou que ele continuará na unidade até que a Justiça de Goiás os acione para que seja então providenciada a transferência do preso.
Memória
A ficha criminal do médico Denísio Marcelo Caron é longa. Histórias escabrosas envolvendo o cirurgião plástico de 45 anos ultrapassam as salas cirúrgicas. Além das seis mortes de pacientes em lipoaspirações feitas por ele ; quatro em Goiás e duas no Distrito Federal ;, o profissional responde a processos por estelionato, desvio de dinheiro público, formação de quadrilha, furto, uso de documentos falsos e falsificação de documentos públicos e particulares.
Paulista de São José do Rio Preto, Caron ficou conhecido em Brasília após reportagem publicada no Correio que revelou a morte da secretária da Terracap Adcélia de Souza, operada por ele no Hospital Anchieta, em Taguatinga, em 29 de janeiro de 2002. Outra paciente, a universitária Graziela Oliveira, 26, que também passou por lipoaspiração em 8 de janeiro de 2002, morreu após duas semanas em coma. Em Goiás, há seis processos e 35 sindicâncias (25 por mutilações em plásticas) contra Caron no Conselho Regional de Medicina do estado.
Dentre os processos que estão na Justiça paulista contra Marcelo Caron, um deles trata do desvio de dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) e de formação de quadrilha. Ele e 11 colegas do Hospital Dr. Mário Gatti, em Campinas, são acusados pelo Ministério Público Federal de receber por plantões que nunca fizeram, em 1997. Nesse hospital, aliás, Caron garante ter feito residência médica em cirurgia plástica.