Jornal Correio Braziliense

Cidades

Condenação de agentes civis expõe desentendimentos internos na Polícia

Em julgamento que durou o domingo inteiro, após quatro dias de Tribunal do Júri, dois agentes brasilienses recebem pena de 17 anos de prisão por homicídio e formação de quadrilha

Durante toda a tarde de ontem, uma movimentação inusitada para um domingo chamou a atenção no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). O estacionamento público ficou lotado. Seguranças permaneceram a postos, além de promotores de Justiça, advogados e policiais civis, muitos deles. No banco dos réus do Tribunal do Júri de Brasília, estavam os agentes da Polícia Civil do DF Ricardo Cardoso e Marcos Fernandes. Há 12 anos, eles foram acusados de matar Cláudio Antônio Araújo Ribeiro, identificado no processo como integrante de uma quadrilha de roubo. Passava das 20h de ontem, quando o juiz Fábio Francisco Esteves leu o veredicto a que chegaram os sete jurados. Eles consideraram Ricardo e Marcos culpados por homicídio e formação de quadrilha.

Os dois foram condenados a 17 anos de prisão em regime fechado. A decisão do júri respalda a denúncia do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que, durante quatro dias de julgamento, iniciado às 9h de quinta-feira, sustentou a culpa dos dois agentes. Os promotores entendem que Ricardo Cardoso e Marcos Fernandes se associaram a uma organização criminosa da qual Cláudio Ribeiro fazia parte, entre 1998 e 2000.