Após tumultuarem o trânsito no Eixo Monumental e na Esplanada dos Ministérios na manhã desta quarta-feira (22/8), as faixas interditadas já foram liberadas nos dois sentidos, mas os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloqueiam agora a principal saída de carros no Congresso Nacional.
Os manifestantes, que estavam acampados no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, marcharam até a Esplanada tumultuando o trânsito. Eles montaram cinco barracas pretas em ato simbólico e entregaram um documento no Palácio do Planalto pela reforma agrária. A Polícia Militar disse que o protesto deve durar até as 14h e estima que cerca de 5 mil pessoas estejam no movimento.
Foram colocadas cruzes brancas no gramado simbolizando as mortes decorrentes dos conflitos no campo. Um carro de som está estacionado na frente do Congresso Nacional, e vários representantes de diversos grupos ligados ao campo usam o microfone para apoiar a causa da reforma agrária. Também estão presentes representantes da Embrapa, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que apoiam a causa.
Protestos
Trabalhadores reunidos preparam para hoje dois atos de manifestação ; um em frente ao Congresso Nacional e outro na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto. Pelos cálculos do movimento e da Polícia Militar, cerca de 5 mil pessoas caminharam em direção à Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
A coordenadora-geral do movimento e vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag), Alessandra Lunas, disse que a intenção é sensibilizar as autoridades e mostrar que há um descontentamento geral no campo em relação às políticas públicas adotadas no país.
[SAIBAMAIS];O nosso objetivo é dialogar com o governo e a sociedade, mostrando a nossa unidade, e que há um descontentamento geral;, disse Lunas. ;É necessário colocar na agenda política a reforma agrária integral, que inclui a adoção de políticas públicas de sustentabilidade;,
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul, Giovanne Rossi, disse que o investimento na área é muito pequeno. "O governo destinou R$ 110 milhões para o agronegócio e R$ 18 milhões para a agricultura familiar, o que não demonstra o interesse da categoria e prejudica a produção de alimentos e pequenos proprietários".
Reivindicações
A marcha faz parte do Encontro dos Trabalhadores e Trabalhadores e Povos do Campo, das Águas e das Florestas. A ideia é reunir trabalhadores sem-terra, pequenos agricultores, indígenas, pescadores, posseiros e quilombolas. Eles querem um programa comum para a democratização do campo e acesso à educação, assim como uma unidade da luta contra o agronegócio e os agrotóxicos.
Essa caminhada celebra os 51 anos do primeiro e único Congresso Camponês que aconteceu em 1961, quando vários movimentos sociais do campo brasileiro se uniram em torno de uma luta comum. O evento é importante para que se defina uma unidade nas lutas dos movimentos sociais do campo, diz a Coordenação Nacional do MST.
Tumulto
A manifestação de trabalhadores do campo provocou tumulto em frente ao Palácio do Planalto. Os manifestantes derrubaram a grade de ferro usada para conter multidões na Praça dos Três Poderes. Para controlar a situação, a Polícia Militar (PM) chegou a usar spray de pimenta para dispersar os manifestantes. Quatro carros e um ônibus da tropa de choque da PM reforçam a segurança nos acessos ao Palácio do Planalto.
Ministério da Justiça é vaiado
Os integrantes do movimento fizeram uma grande vaia direcionada ao Ministério da Justiça, pois receberam a informação de que representantes da bancada ruralista estariam sendo recebidos no prédio.
Confira a reportagem da TV Brasília:
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