postado em 03/09/2012 07:16
Nos corredores de uma escola carente do Distrito Federal, a presença de um apressado aposentado chama a atenção. Cláudio* ajuda na distribuição do lanche, limpa carteiras e participa da criação de projetos desenvolvidos no colégio. Ele não é servidor da Secretaria de Educação nem recebe pelo serviço. O senhor de 61 anos é um aposentado, pertence à classe média alta e vive confortavelmente em Águas Claras. É pai de uma das alunas da instituição. Todos os dias, ele cumpre um ritual. Faz isso para salvar a vida da filha, Talita*, 12 anos.Desde que a menina tinha dois meses, a família se resume a ela e ao pai. A mãe abandonou a criança e o marido e nunca mais deu notícias. Sozinho, Cláudio teve ; e ainda tem ; que controlar o gênio forte da filha. Aos 10 anos, Talita fumou o primeiro cigarro de maconha. A influência veio dos colegas de classe da escola particular na qual estudava na Asa Sul, uma das mais conceituadas da cidade.
A partir de então, o aposentado passou a notar um comportamento ainda mais agressivo na filha. A menina fugiu quatro vezes de casa. ;Você percebe que a sua filha está estranha. Até que descobre que ela está envolvida com droga. Em pouco tempo, ela já estava fumando num ritmo muito avançado e tinha péssimas companhias. Não tive outra escolha a não ser tirá-la de lá;, lamenta o pai. O colégio para o qual ela foi transferida também era particular e fica na Asa Norte, onde moravam.