Cidades

Ivan Camargo defende a excelência acadêmica e o compromisso com a sociedade

postado em 07/09/2012 07:48


No debate veiculado na madrugada de hoje, o professor da Faculdade de Tecnologia Ivan Camargo respondeu às perguntas das repórteres especiais e colunistas do Correio Ana Maria Campos e Lilian Tahan. Ele seguiu a ordem estabelecida pelas regras do encontro, decidida após sorteio. As jornalistas questionaram o candidato sobre a atuação dele na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no governo Dilma, e sobre como o próximo gestor da instituição vai gerenciar um orçamento bilionário, que pode chegar a R$ 1,4 bilhão. Na atual gestão, corre-se o risco de as contas não fecharem até o fim do mandato.

Assim como a concorrente, o postulante pela Chapa 86 ; UnB Somos Nós respondeu perguntas feitas pela candidata Márcia Abrahão. Ela perguntou sobre as dificuldades enfrentadas durante o mandato de Camargo (entre 2003 e 2005) como decano de Ensino e Graduação, na gestão do professor Lauro Morhy, e também questionou Camargo sobre, se eleito, ele iria ou não retomar a cobrança de taxas para formandos.

Nas respostas, ele ressaltou políticas implementadas com sucesso durante sua gestão como decano, entre elas a instituição do sistema de cotas para negros e a implantação do sistema de matrículas on-line. Camargo ressaltou a legalidade da ação e o benefício concedido a alunos carentes. Leia abaixo a apresentação do professor, as respostas e suas considerações finais. O debate está transcrito na íntegra.

Temas tratados pelo candidato

Apresentação ; É um prazer estar aqui, uma honra, representando um grande movimento também da Universidade de Brasília. Meu nome é Ivan Camargo, sou professor da Faculdade de Tecnologia, estou há 34 anos na universidade. Entrei como estudante de engenharia elétrica, dou aula desde 1989. A minha candidata a vice é a professora Sônia Báo, que atualmente é diretora do Instituto de Ciências Biológicas, com vasta experiência com a gestão da universidade. Passamos quase dois meses discutindo a universidade internamente, me parece muito importante essa oportunidade que o Correio e a TV Brasília nos dão de discutir com a sociedade. Os dois eixos principais da nossa campanha são: excelência acadêmica, compromisso com a sociedade. Nos parece que o grande desejo da sociedade de Brasília e do Brasil é que nós continuemos a formar nossos quadros, da melhor maneira possível, com excelência acadêmica. Nossas três palavras de ordem, que temos pregado na nossa campanha, são: mudança, nós somos uma chapa de oposição. Achamos que a universidade precisa mudar. Uma gestão mais eficaz, precisamos de um pouco mais de pragmatismo nas ações determinadas pelos colegiados da Universidade de Brasília. E, principalmente, união. Me parece que nesse segundo turno está se consolidando um apoio enorme da universidade à nossa candidatura.

Pergunta de Ana Maria Campos para Ivan ; A sua campanha, professor Ivan, trata a sua adversária como partidária, principalmente pelo apoio que a professora Márcia tem de setores do PT. Mas o senhor também tem ligações com a administração petista. Trabalhou no governo federal ao lado do presidente da Aneel, Nelson Rubner, que é um petista estrelado. Rubner acompanha a presidente Dilma Rousseff em cargo estratégico desde os tempos em que ela foi ministra de Minas e Energia, ainda no primeiro mandato do presidente Lula. Para chegar à reitoria, o senhor vai precisar passar pelo crivo da presidente, que é quem faz a nomeação após a consulta na comunidade acadêmica. Essa ligação com o governo Dilma vai ajudá-lo na disputa pela reitoria? Qual é o peso que a sua gestão terá nas eleições de 2014, levando-se em conta que a universidade forma opinião na sociedade?

Resposta de Ivan Camargo ; Primeiro, Ana Maria, muito obrigada pela pergunta. Acho que um ponto fundamental da nossa campanha é que consideramos essa questão do apartidarismo muito importante. Tive sim na Aneel com meu querido amigo Nelson Rubener, diretor nacional da Aneel, ligado à presidente Dilma. Estive também com meu amigo José Mário, ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. As minhas duas participações no governo, tanto na gestão da crise, quanto agora para resolver problemas como geração distribuída, geração solar, redes inteligentes no Brasil foram eminentemente técnicas. Agora, eu concordo que é indispensável uma ligação política do reitor com a presidente, com o governador, com todos os partidos da sociedade. O que eu prego na minha campanha, o que o nosso grupo todo prega, é essa questão de a gestão ter que ser apartidária pelo respeito à diversidade que a universidade tem que ter. Não se inova se não for contestado. A universidade tem que ter esse papel de inovação. Darcy Ribeiro já falava que a gestão de uma universidade pública tem que ser apartidária, e a gente insiste nisso. Temos, de fato, apoios de vários partidos políticos. Temos apoio, inclusive, de colegas do PT, PCdoB e de vários outros partidos, e isso faz a nossa campanha plural e preparada para conversar com todos os partidos. Nós não vamos pedir carteirinha de partido para a gestão da nossa universidade. Os nossos decanos, os nossos diretores vão ser chamados como tem que ser em uma universidade. Pelo que foi falado na pergunta anterior da Dad, pelo
mérito acadêmico.

Réplica de Márcia Abrahão ; Essa, para mim, também é uma grande oportunidade. Eu tenho sido acusada pelos meus adversários o tempo inteiro de ser partidária. Respeito muito quem participa de governo, quem é de partido político, mas nós não temos qualquer ligação com partido político. Estávamos aqui na universidade nos últimos anos reconstruindo essa universidade depois da crise mais dramática que a UnB viveu em 2008, resultante das administrações anteriores, das quais o professor Ivan fez parte. Todos os meus empregos foram concursados, eu fui funcionária da Petrobras, funcionária do Banco Central, sou pesquisadora do CNPq, professora dessa universidade. Desde que assumi, não saí dessa universidade. E, agora, a universidade, na complexidade enorme, ampliou-se muito, ampliou mais de quase mil docentes, 550 técnicos. Ela tem que ser administrada por quem conhece a fundo a universidade. Não é possível uma pessoa que vem de fora, que estava fora da universidade, ligada a partidos políticos sim, porque cargos políticos sim, vir administrar agora a universidade.

Tréplica de Ivan Camargo ; Queria deixar claro que não fiz parte da gestão da crise. Fiz parte de gestões anteriores, com muita honra, com muita tranquilidade. Não tenho nenhuma filiação partidária. Como eu disse, atuei tecnicamente em vários governos, com muita honra. Tenho um compromisso total com a universidade há 34 anos, exatamente. Meu compromisso. Estou dentro da universidade em todos os momentos. Eu considero uma honra o governo, como servidor público, servir o meu governo. Servi o governo do Fernando Henrique, do presidente Lula, da presidente Dilma, com muita honra e muito orgulho. O que acho importantíssimo é que transformar a nossa universidade passa por um tratamento um pouco mais carinhoso das pessoas. Um dos motivos de eu ter saído da universidade para o governo foi ter me sentido considerado, pela atual gestão, inimigo da universidade, o que eu não admitia.

Pergunta de Márcia Abrahão ; Professor Ivan, nós dois fomos decanos de Ensino de Graduação, o senhor na gestão do Lauro/Timothy, que inclusive iniciou a crise do Cespe, quando o senhor foi decano. Gostaria de saber, professor Ivan, quais foram as principais dificuldades que o senhor teve no Decanato de Ensino de Graduação?

Resposta de Ivan Camargo ; Todos nós sabemos, Márcia, que a gestão pública não é fácil. O desafio que a comunidade acadêmica vai definir se eu assumir ou você, vai ser enorme. Tivemos dezenas de dificuldades na época em que estávamos no Decanato de Ensino de Graduação, no entanto a gente mantinha aquela cara de vanguarda. Aquela cara de olhar para frente, olhar para o futuro. Uma das coisas que aconteceu na época em que eu estava lá foi a definição das cotas. O Conselho Universitário (Consuni) discutiu várias vezes e definiu as cotas. Eu tive a honra de implementar. A Universidade de Brasília, à frente do Brasil, à frente do seu tempo, estava lá e agora o Congresso, mais de 10 anos depois, determina que todas as universidades públicas têm que seguir nesse caminho. Então, nós estávamos na frente. Vários outros casos aconteceram, vários outros problemas do dia a dia da gestão pública. Problema de segurança, de professores com estudantes. Evasão era um problema enorme na época e continua sendo, infelizmente, até agravado. Mas eu queria citar um que era interessante: foi o processo que tivemos no Supremo Tribunal, no qual uma interpretação equivocada, no nosso modo de ver, da lei fez com que todos os filhos e dependentes de funcionários transferidos para Brasília ex-ofício passassem a ter direito à matrícula na Universidade de Brasília. Foram 400 matrículas no curso de direito, acabou com o vestibular no direito. Foi uma crise muito grande e, evidentemente, com base no que foi decidido no colegiado, foi decidido no Cepe, nós conseguimos reverter junto com o professor Lauro Morhy esse processo que foi para o Supremo e ganhamos com 11 a 0. Tivemos, inclusive, ampla participação da imprensa. A imprensa ajudou muito nesse processo. É um caso antigo. Fizemos também a matrícula web, que nos orgulha muito.

Réplica de Márcia Abrahão ; Realmente, o Decanato de Ensino de Graduação é muito complexo e gostaria de lembrar que as cotas não foram uma proposta da sua gestão, foi uma proposta do grupo de antropologia que, com muita resistência, conseguiu ser aprovado não no Consuni, mas no Cepe, que é o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão. E fico feliz em ver que o senhor hoje é favorável às cotas. Eu acho que o senhor gastou tempo demais com essa questão do Supremo e das cotas e outras questões importantes do decanato acabaram ficando. Quando eu assumi o decanato, a UnB não tinha nenhum curso de graduação registrado no MEC, nós emitíamos diplomas irregularmente. Resultado dessas gestões anteriores, nós emitimos diploma com o estudante que não tinha concluído a graduação porque pagava taxa de graduação. E também não é permitido. Além disso, com todas as dificuldades, eu assumi a expansão que o senhor começou sem a aprovação na época, em 2004/2005, no Consuni, e nós levamos a expansão, o Reuni, a uma profunda restruturação acadêmica, todo reconhecimento de curso, PPPI (Projeto Político Pedagógico Institucional), vários projetos que infelizmente o senhor não começou.

Tréplica de Ivan ; Algumas correções históricas: eu estava no Consuni quando foi aprovado. Eu estava no MEC, numa comissão do MEC, para avaliar os projetos do Reuni no Brasil inteiro, acompanhado do ministro da época. Todos os projetos, inclusive o da Universidade de Brasília, foram muito bem avaliados. Evidentemente, aprovado por todos os seus conselhos. Não existe a possibilidade de a Universidade de Brasília funcionar de uma forma não democrática. Acho muito desconfortável que a gente fique o tempo todo querendo denegrir a imagem do passado para falar: ;Ah! Eles não faziam nada;. Eu, em momento nenhum nesta campanha, com os 10 candidatos do primeiro turno e agora com dois candidatos, em momento nenhum eu corro o risco de falar mal da minha amiga professora Márcia, que nos conhecemos há 20 anos, estamos batalhando juntos por essa universidade. Temos diferenças de linhas agora neste debate, mas vamos continuar juntos.

Pergunta da jornalista Lilian Tahan para Ivan Camargo ; Apenas 1% das cidades brasileiras dispõem de um orçamento superior a R$ 1 bilhão. Sob esse aspecto, a Universidade de Brasília tem um cofre igual ao de uma cidade de porte. No ano passado, a academia gastou R$ 1,1 bilhão. Para 2012, a previsão é a de chegar a receita da ordem de R$ 1,4 bilhão, e ainda assim há o risco de fechar o ano com deficit. O quadro evidencia problemas de gestão. São históricos os relatos da falta de estrutura, desde banheiros sem papel higiênico à carência de equipamentos essenciais para a pesquisa científica. Quais são seus planos para que as necessidades da comunidade acadêmica caibam dentro desse orçamento bilionário?

Resposta de Ivan Camargo ; Obrigado, Lilian. Concordo com você. A dimensão do orçamento da Universidade de Brasília, R$ 1,3 bilhão, R$ 1,4 bilhão, é um dinheiro significativo e, como falei no bloco anterior, o compromisso que a gente botou na nossa campanha, o compromisso com a sociedade tem muito a ver com o compromisso de gastar corretamente o dinheiro público. O descontrole orçamentário que estamos vivendo. No começo deste ano, foi publicado na imprensa que o reitor da nossa universidade comentou de um deficit da ordem de R$ 72 milhões no custeio da nossa universidade. Isso, claramente, está relacionado com a má gestão. A atual má gestão. Não é à toa que a nossa campanha se propõe a mudar, a fazer uma gestão mais eficaz, e também a unir a nossa universidade. O que nós propomos para isso é muito simples: botar a universidade de volta nos eixos, não trazer para a universidade gente de fora para controlar os gastos da universidade. O servidor da UnB está sendo muito desvalorizado e a gente precisa resgatar o controle do próprio serviço na gestão da UnB. É essa uma das nossas proposições. Também há uma excessiva burocratização. Toda compra que é feita na Universidade de Brasília demora, no mínimo, seis meses para ser efetuada. Você comprar uma coisa para uma pesquisa que só vai chegar depois de um ano é um dinheiro jogado fora. A UnB tem feito isso de maneira sistemática e nós precisamos mudar. Outra demanda é essa dos estudantes. O DCE tem insistido muito nesse ponto. Precisamos de uma gestão na qual as coisas simples como banheiro, energia, internet, essas coisas têm que funcionar e é isso que vamos fazer com o orçamento.

Réplica de Márcia Abrahão ; Excelente pergunta. Eu sou uma gestora que já provei minha capacidade de gestão na UnB. Estava na UnB recentemente. Os recursos do Reuni nós investimos mais de R$ 100 milhões integralmente, de forma colegiada, democrática, ágil, e é assim que nós vamos fazer porque nós já fizemos. Não estamos agora nos comprometendo para fazer o que não fizemos. Os problemas de gestão não começaram agora, são problemas que vêm de anos. A sociedade acompanhou a crise dramática de 2008, resultante de gestões que foram temerosas na universidade. O professor Ivan Camargo participou da gestão do professor Lauro, que teve aquela crise do Cespe, em seguida a gestão do professor Timothy, que era vice do professor Lauro, e a crise da editora, resultando na demissão de funcionários. A UnB deixou de pagar INSS e é óbvio que isso vai refletindo e ainda nós não conseguimos superar essas crises, mas com a nossa capacidade de gestão, do professor Marcelo Bizerril e minha, que já demonstramos, nós vamos sim fazer uma gestão eficiente, ágil, moderna e democrática.

Tréplica de Ivan Camargo ; Confesso que não entendo porque a professora Márcia insiste em me colocar ou tentar me colocar na gestão da crise. Eu não participei da gestão da crise e ela sabe disso. Não tem motivo nenhum de ficar insistindo nesse ponto e a professora Márcia insiste em falar do passado. Eu, aqui na televisão, queria era falar do futuro, falar dos novos projetos, colocar a nossa universidade na vanguarda de novo, trazer acadêmicos internacionais para discutir a universidade, não ficar gastando o nosso orçamento, que é enorme em ineficiências e burocracias. Nós fizemos, criamos dois decanatos. Nós criamos, eu não, a gestão atual criou dois decanatos e fica um batendo cabeça com o outro. Cada documento para comprar alguma coisa precisa da assinatura de pelo menos dois decanos. Temos que simplificar os processos, desburocratizar, descentralizar, fazer exatamente o contrário que a atual gestão, que a Márcia participou.

Pergunta de Márcia Abrahão ; Professor Ivan, temos feito muitos debates e, recentemente, em um dos debates, o senhor falou que cobrou taxas de colação de grau num momento em que a universidade vivia crises. Agora nós estamos numa crise internacional, com redução de recursos, e na nossa gestão, na minha ou na sua, nós provavelmente não teremos essa quantidade de recursos que nós tivemos até agora. Na sua gestão, o senhor vai retomar a cobrança de taxas de colação de grau? Com essas crises que se avizinham, outras taxas poderão ser cobradas? Que outras taxas o senhor pensa em cobrar na área de graduação ou em outras áreas?

Resposta de Ivan Camargo ; Na nossa gestão, vamos voltar a falar do passado. Na nossa gestão, de fato, todas as formaturas da Universidade de Brasília eram feitas individualmente por cada um dos estudantes. Essas formaturas eram caríssimas e eram segregatórias, por quê? Porque os alunos carentes não podiam participar porque eram muito caras. A UnB decidiu, à época, trazer a responsabilidade da formatura e dar a cerimônia que esse rito de passagem merece, precisávamos fazer isso. Na época, o Ministério Público deixou muito claro que a gente não poderia utilizar dinheiro público para essa cerimônia. Como nós julgávamos muitíssimo importante essa cerimônia, pedimos ou concordamos com os estudantes a questão de contribuições para a formatura. Essa contribuição foi gerenciada dentro da lei, da maneira mais transparente possível, e nós conseguimos transformar uma formatura mesquinha, pequena, para poucos estudantes, num grande evento, talvez o mais importante da universidade. É o momento que a universidade presta conta à sociedade: ;Olha só, olha os nossos alunos formados;. Fizemos isso, entregamos o diploma, fizemos um belo trabalho, fazendo essa transformação e, principalmente, essas contribuições evidentemente eram voluntárias. E os alunos carentes não pagavam e participavam democraticamente daquela bela cerimônia de colação. Eu, quando fui diretor, entreguei uma vez um diploma numa colação independente para um ex-aluno meu. Foi uma cerimônia de dois minutos e o pai dele estava ao meu lado. Ele chorou, chorou. E isso me fez falar: nossa, como é importante essa cerimônia, como é importante dar valor a ela, e foi o que nós fizemos.

Réplica de Márcia Abrahão ; É importante a gente resgatar a história porque nós temos muitos professores e técnicos novos que não conhecem a história da UnB. Alguns que entraram no ano de 2010 para cá, quando o professor Ivan estava fora da UnB, o importante é resgatar a história. Nós temos problemas financeiros e sempre teremos, o gestor não pode cometer ilegalidade para poder ultrapassar problemas financeiros. A cobrança de taxa é proibida pela Constituição. Nós, quando assumimos, após a crise, na gestão pró-tempore, interrompemos porque não podia. E a forma também como era feita não era uma forma adequada, tanto é que existem processos em relação a isso e infelizmente esses processos administrativos e judiciais são muito lentos. A universidade tem que ser gerida com criatividade, com muita ousadia, mas com muito respeito à democracia e às leis. Não existe argumento que faça com que a gente cobre taxas que são ilegais. Nós não faremos isso, nós iremos usar nossa capacidade de gestão que já foi muito demonstrada na universidade.

Tréplica de Ivan Camargo ; Evidentemente, não vamos cometer nenhuma irregularidade. O papel da universidade é um papel didático. Se a universidade não for rigorosamente dentro da lei, como será essa sociedade? Essa sociedade que nós queremos crescer no futuro. Nós da UnB temos a responsabilidade, evidentemente, então total compromisso com a legalidade, e não cometemos nenhuma ação ilegal, isso é óbvio. Evidentemente temos que falar da gestão do Lauro Morhy, é uma gestão bem antiga, mas temos que falar do passado, todas as contas foram aprovadas. Já fizemos várias outras ações na universidade, por exemplo, ações de extensão, como a semana de engenharia. Ao final, os alunos se cotizam para fazer uma festa. Isso não tem nada de ilegal. Nós temos que nos pautar pela legalidade.

Considerações finais de Ivan Camargo ; É, de fato, um prazer estar aqui neste debate. Discutimos ideias, discutimos o futuro da nossa universidade. É uma oportunidade única porque discutimos muito internamente, sair da universidade, ouvir a sociedade , ouvir os comentários das pessoas me parece absolutamente indispensável na situação atual da UnB. Eu estou na UnB há 34 anos, (tenho) compromisso total com a minha universidade. Considero, inclusive, que o meu papel no governo, no estado brasileiro como servidor público, enriqueceu muito as minhas aulas. Estar trabalhando na Aneel por dois mandatos diferentes me trouxe muitas informações. De fato, acredito que essa interação com a sociedade melhora a universidade, não piora, e é nesse caminho que nós vamos trilhar. Posso até dizer que esse primeiro turno me encheu de orgulho, foram 2.241 estudantes votando na nossa chapa, deu um orgulho danado. Também tenho orgulho de dizer do meu currículo várias coisas, mas uma particularmente: nos últimos 20 anos que tenho dado aula, sou homenageado por todos os estudantes. Nos últimos cinco anos, fui patrono das turmas. Isso me orgulha muito e vou continuar trabalhando pela universidade. E as urnas vão dizer qual é a melhor proposta. A nossa é muito clara: gestão eficiente, mudança e união.
A gente precisa sair desse processo eleitoral melhor do que entramos. A gente tem um apoio muito grande. Tenho uma parceira que é a professora Sônia Báo, que é uma mulher de garra, de fibra, que está junto comigo neste trabalho. Temos um grupo enorme de professores brilhantes, estudantes brilhantes e servidores brilhantes que estão trabalhando com a gente. Vamos fazer um belo trabalho na Universidade de Brasília. Peço à comunidade acadêmica que vote 86, A UnB Somos Nós.

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