postado em 27/09/2012 12:57
Um balanço feito pelo Ministério da Saúde, sobre o número de transplantes realizados no Brasil, indica que o Distrito Federal ocupa o quarto lugar entre os que mais realizam este tipo de cirurgia. No primeiro semestre de 2012, o número de transplantes cresceu 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho, o número foi de 12.287 contra 10.905 em 2011. No DF, a alta de transplantes representa 76%. De todos os estados, apenas Acre (1.033%), Amazonas (217%) e Pará (104%) estão à frente. Em números absolutos, São Paulo realizou 4.754 transplantes, seguido por Minas Gerais, com 1.097, pelo Paraná, com 937, pelo Rio Grande do Sul, com 777, e por Pernambuco, com 767.O transplante de pulmão registrou o maior aumento (100%), seguido pelo de coração (29%), de medula óssea (17%), de rim (14%), de córnea (13%) e de fígado (13%). No caso específico do transplante de córnea, seis estados conseguiram zerar a fila de espera: Acre, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e São Paulo. Dados do Ministério da Saúde indicam que o número de doadores de órgãos também aumentou, passando de 997 em 2011 para 1.217 em 2012 (22%).
Atualmente, a maior fila de espera no país é para transplantes de rim ; ao todo, 19 mil pessoas aguardam um órgão compatível. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o aumento de pacientes que necessitam de um novo rim tem relação direta com a prevalência de doenças como hipertensão e diabetes, que podem levar o órgão à falência.
[SAIBAMAIS]Para o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes, Heder Murari, o crescimento sustentado dos índices de transplantes realizados no país representa uma vitória do sistema público de saúde. ;Esse é um dos programas do Sistema Único de Saúde (SUS) que realiza a equidade e a integralidade previstas na assistência;, disse.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que o crescimento no número de doadores está diretamente ligado ao sentimento de confiança em um sistema público de transplantes. ;A combinação desses dois passos é fundamental para que a gente mantenha esse crescimento sustentado e é o que pode garantir a ampliação dos transplantes e a redução da fila de espera no país;, destacou.
Mais investimentos
O governo federal prevê investimentos de R$ 10 milhões destinados a centros de referência em transplantes interessados em capacitar unidades que ainda não oferecem esse tipo de cirurgia. O objetivo da ação, segundo ele, é investir na capacitação e no fortalecimento da rede brasileira de transplantes ; sobretudo em serviços localizados no interior do Sul e do Sudeste e em todos os estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Um dos critérios para que a unidade de saúde possa se candidatar a centro de referência, de acordo com a pasta, é fazer parte da rede pública ou ser entidade sem fins lucrativos que atenda de forma complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS). Outros critérios incluem ter experiência mínima de dois anos na área; realizar pelo menos três tipos de transplantes (sendo dois de órgãos sólidos e/ou um de tecido ou ainda transplante de medula óssea alogênico ; quando a medula vem de um doador); e desenvolver estudos e pesquisas na área.