Cidades

Tentativa de homicídio indígena no Noroeste foi motivada por ciúmes

postado em 01/10/2012 19:10
A tentativa de homício ocorrida na tarde do último sábado numa aldeia indígena no Setor Noroeste pode ter sido motivada por ciúmes, segundo o delegado-chefe da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), Rodrigo Bonach. Na ocasião, o índio Galvino de Sousa Guajajara, de 32 anos, tentou matar o tio, João Araújo Guajajara, de 45, com uma flechada no peito.

"Os dois começaram a brigar depois que João revelou a Galvino ter mantido relações sexuais com a esposa do sobrinho", diz o delegado. João também teria oferecido a própria esposa para Galvino, como forma de reparação. "Ele recusou, e João chamou-o de homossexual. Os dois começaram uma briga, e João chegou a bater na cabeça de Galvino com um pedaço de madeira, deixando um pequeno ferimento na testa dele", detalha Bonach.

Ao ser abordado pela polícia, na tarde de sábado, Galvino confessou a tentativa de homicídio. "Ele contou em depoimento que foi até a própria casa, pegou o arco e flecha e mirou em João por uma fresta da casa dele, que é de pau-a-pique", diz Bonach. O autor teria dito ainda que acertou o tórax do tio "na sorte", pois a luz da casa estaria apagada.

João foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital de Base do DF. Ele teve alta e já voltou para casa. No ferimento não foram encontrados vestígios de veneno. "Galvino nos confirmou a intenção de envenenar a flecha. Ele só não o fez por que a esposa dele tinha escondido o frasco com a substância". A polícia levou da casa de Galvino o suposto frasco de veneno, que será analisado. Apesar de não estar envenenada, a flecha fez com que João permanecesse alguns momentos desacordado após ser atingido.

Galvino foi preso em flagrante por tentativa de homicídio, qualificada pelo motivo fútil. A pena pode variar de 12 a 20 anos de detenção. Bonach explica que os indígenas não são mais considerados inimputáveis automaticamente. "Houve uma mudança no Código Civil em 2002 que fez com que os crimes de indígenas sejam considerados caso a caso. Nessa situação, consideramos que Galvino já é suficientemente aculturado para entender o caráter criminal do que fez", completa Bonach.

Com informações do Aqui-DF


Confira a reportagem da TV Brasília
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