Os estudantes beneficiados pelas cotas sociais serão acompanhados por um grupo de monitoramento, supervisionado pelos decanatos de Ensino e Graduação e de Assuntos Comunitários da Universidade de Brasília (UnB). O objetivo é garantir aos alunos cotistas oriundos de escolas públicas, em especial àqueles de baixa renda, as condições adequadas para evitar a evasão dos estudantes. Será preciso, por exemplo, aumentar a oferta de moradia, alimentação subsidiada e bolsas de tutoria. Para isso, o governo federal deverá engordar os repasses com essa finalidade para as universidades federais de todo o país.
A experiência de observação dos jovens cotistas sociais se espelhará no trabalho conduzido pelo Centro de Convivência Negra com universitários contemplados pelas cotas para pretos, pardos e índios na UnB. De acordo com a universidade, esse já apresenta desempenho acadêmico similar aos dos universitários aprovados pelo sistema universal. ;O que nos preocupa mais não é o desnivelamento em conteúdo, apesar de essa questão também fazer parte do projeto de assistência. Nossa maior preocupação é evitar a evasão, principalmente dos estudantes de baixa renda, que precisam se dividir entre estudo e trabalho. Vamos precisar ampliar os programas, e o governo federal está ciente e já sinalizou o aumento nos repasses;, explica o decano de Ensino e Graduação, José Américo Soares.
Além do acompanhamento e da assistência social, a comissão ainda desenvolverá pesquisas para estudar a inserção e o desempenho de cotistas sociais na universidade. No longo prazo, os resultados da observação podem mostrar como a formação educacional de base influencia a desevoltura acadêmica dos estudantes graduados na rede pública de ensino. Com isso, provavelmente ficarão mais óbvios os acertos e deficiências dos sistemas educacionais públicos.