Cidades

Consumidores devem ter atenção antes de comprar pacotes turísticos virtuais

Flávia Maia
postado em 15/10/2012 06:18
Roteiros dos sonhos a preços acessíveis. É com essa promessa que sites de compras coletivas buscam atrair os amantes do turismo. Com ofertas de até 50% do valor de um pacote oferecido pelas agências físicas, as páginas seduzem o internauta a resolver uma viagem com um simples clique. O atrativo tem dado certo, e o faturamento no segmento é o maior no setor de compras em grupo. De acordo com um levantamento realizado pelo Info Save Me, portal que reúne informações desse ramo, somente no primeiro semestre deste ano, o turismo representou 26,6% da receita de R$ 731 milhões ; R$ 194 milhões. Essa expressiva participação se deve ao valor médio do tíquete: R$ 349,25. Foram vendidos 723.908 cupons de pacotes turísticos.

A oferta, as fotos do local e o pouco tempo para aproveitar a promoção são os atrativos das empresas para conquistar o cliente. Há aqueles que compram, e os que desconfiam de tantas vantagens. Mas, de acordo com os especialistas, tomando os devidos cuidados, o consumidor pode aproveitar os bons preços oferecidos, lembrando que esse não deve ser o único quesito para a compra. ;Não é por ser barato que o consumidor tem que comprar. Ele tem que analisar bem as condições dessa promoção. Afinal, é uma viagem, uma oportunidade para conhecer novos locais, curtir as férias;, ensina Maria Inês Dolcci, coordenadora Institucional da Proteste Associação de Consumidores.

Realidade distante dos anúncios

A professora Ana Paula Carrijo, 36 anos, comprou um pacote de fim de semana em um hotel fazenda em Goiânia (GO) pelo Groupon. Ao chegar ao local, a promessa de um sábado e domingo românticos deu lugar à decepção. A promessa do anúncio de dois dias românticos no campo não se cumpriu. A professora e o marido ficaram decepcionados. O hotel não era bonito como o das fotografias exibidas pelo site. No quarto, havia baratas. A cesta de café da manhã, inclusa no pacote, não foi servida. ;Quando cheguei a Brasília, mandei um e-mail para o Groupon falando que eles deveriam escolher melhor os parceiros, pois o hotel fazenda não era o que eles prometiam. Para a minha surpresa recebi integralmente o valor pago, mesmo tendo ido ao local;, conta.

Meses depois, a mãe de Ana Paula viu uma oferta no site do Groupon para Buenos Aires, na Argentina, e Punta del Este, no Uruguai, por R$ 2.500 com hotel e transporte aéreo inclusos. Ela perguntou se a filha queria a viagem como presente de 15 anos de casamento. Satisfeita com o serviço prestado pelo Groupon na última experiência, Ana Paula aceitou. Uma semana antes da viagem, os vouchers do hotel e da passagem aérea não tinham chegado, e Ana Paula resolveu ligar para a agência contratada pelo Groupon, Star Travel, para saber o que estava ocorrendo. Foi quando soube que o Groupon e a agência tinham rompido o contrato. ;Ninguém me avisou nada. Se eu não tivesse ligado continuaria sem saber, e tudo já estava pago. Achei um desrespeito;, disse a professora.

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