postado em 16/10/2012 06:12
O fim do ano se aproxima e os canteiros de Brasília começam a ser tomados por moradores de rua. Na altura da 116 Norte, às margens do Eixinho, seis famílias vivem em barracos de lona. Oriundas do Entorno e até da Bahia, vieram na esperança de conseguir dinheiro, alimentos e brinquedos para as crianças. Apesar da repressão do governo, insistem em permanecer no local. A migração de pessoas carentes para áreas nobres da capital em datas especiais é uma tendência natural. A maioria tem casa própria, mas aproveita o período para conseguir um dinheiro extra com doações. É o caso de Guilhermina Maria da Conceição, 44 anos. Ela e o marido saíram de Barreiras (BA), há quatro meses, e só pretendem voltar após o Natal. Esta é a segunda vez que o casal escolhe a capital do país para pedir esmolas.
O desempregado Alexandre Sales, 27 anos, também escolheu a rua para morar com a esposa e as duas filhas, de 2 e 5 anos, mas ele garante não ter tido opção. Antes de erguer uma edificação de papelão, plástico e pedaços de pau no fim da Asa Norte, ele tinha emprego e morava de aluguel em Planaltina de Goiás. Alexandre foi demitido e, após dois meses em dívida com o dono do imóvel, acabou despejado. ;Como não tinha para onde ir, preferi morar na rua aqui no Plano (Piloto) do que lá em Brasilinha. Mas não pretendo ficar muito tempo nessa vida, não;, afirmou. Brasilinha é o nome popular de Planaltina de Goiás.
