postado em 16/10/2012 13:34
A atleta Mariana Carvalho, de 10 anos, pode ser nova, mas já acumula mais medalhas do que aniversários. Com 14 medalhas, incluindo algumas do sulamericano na Argentina, a garota conseguiu se classificar para o mundial de artes marciais, que acontece entre 13/11 e 15/11 deste ano, no Chile. Mas infelizmente, por dificuldades financeiras, ela pode perder essa oportunidade.
Mariana começou no mundo dos esportes fazendo balé. No início de 2011, quando trocou de colégio e foi para a Escola Classe 31 de Ceilândia, começou a praticar karatê e se apaixonou pela modalidade. Em dois anos ela já conquistou muitos campeonatos e se dedica diariamente aos treinos. A expectativa da pequena atleta é seguir com a carreira do esporte e se tornar profissional. Mariana conta que o esporte acrescentou muito à sua vida. "O karatê trouxe mais disciplina pra mim, porque eu tenho que seguir os horários, tem uma rotina de treinamento", conta.
A rotina da atleta é cansativa. Além dos treinos que variam entre uma e duas horas todos os dias, a estudante, que mora com a mãe, o padrasto e duas irmãs em Águas Lindas (GO), frequenta uma escola em Ceilândia em tempo integral, o que significa aulas das 8h30 até as 18h.
Mesmo com toda essa vontade e paixão pela arte marcial, Mariana sofre com a falta de apoio. Quando participou do campeonato na Argentina teve que contar com a boa vontade de parentes e colegas. Ganhou as passagens da tia, e conseguiu recursos para cobrir a estadia e os custos de transporte e alimentação com familiares e colegas, que ajudaram até vendendo rifas.
O avô da garota, Luiz Feitoza, fica muito contente por ver o progresso da neta, mas ao mesmo tempo triste por saber que a falta de apoio pode ser um obstáculo para os sonhos de Mariana. "É lamentável a falta de investimento do governo em atletas amadores", diz.
O karatê entrou na vida de Mariana com o projeto Karatê na Escola, criado em 2010. O professor Marcelo Souza, 23 anos, estudante de educação física, dá aulas todos os dias para cerca de 50 alunos e reclama da falta de estrutura. "Aqui a gente trabalha no improviso. A escola cedeu o espaço, mas o material a gente teve que improvisar, porque não tem apoio", relata.
Mariana já serve de inspiração para as outras crianças, que enxergam suas conquistas como um incentivo. Elas querem ter oportunidade como a da colega de escola, que pode viajar pelo mundo competindo. O professor já tentou pedir ajuda da secretaria de Esportes e de Educação para custear a viagem ao Chile, mas ainda não teve respostas. Ele teme que a garota não possa viajar por falta de patrocínio.
Interessados em ajudar podem entrar em contato com o professor Marcelo, pelo telefone 9651-3417, ou com a Escola Classe 31 de Ceilândia, no número 3901-6867.