postado em 18/10/2012 06:44
Uma declaração dada em meio à audiência sobre ação de improbidade administrativa da Caixa de Pandora deixou no ar a possibilidade do surgimento de novos fatos sobre o retumbante escândalo político do DF. Durante a sessão na última terça-feira, em que o ex-governador José Roberto Arruda fez, pela primeira vez, sua defesa pessoal no processo, a advogada do delator Durval Barbosa, Margareth Almeida, falou da existência de vídeos ainda desconhecidos da imprensa, mas que estariam em poder das autoridades competentes. Essa menção virou mais um argumento de Arruda no esforço de provar que a colaboração de Durval seria a conta-gotas e com o objetivo de atingir alvos específicos.
Um dos princípios da delação premiada é o de que o réu deve se comprometer em contar toda a verdade sobre o crime que confessa, sem omitir fatos ou esconder documentos. Por isso, um vídeo novo que porventura tivesse sido omitido dos depoimentos poderia colocar a perder os efeitos do benefício, se os promotores que respaldam a negociação e o próprio juiz à frente do processo considerassem que houve quebra do acordo. A delação é uma via de mão única, está subordinada ao interesse do Ministério Público em elucidar um fato. A qualquer momento em que avaliar não valer a pena o acordo, ele poderá ser desfeito.