postado em 20/10/2012 08:00
Um cabo de guerra de opiniões. De um lado, a servidora pública Laice Machado, 50 anos, e, do outro, o engenheiro Paulo Henrique Cavalcante, 49 anos. Marido e mulher há quase uma década, o casal não se entende quando o assunto é o horário brasileiro de verão. Ele, a favor, acredita que o governo realmente poupe dinheiro e energia com o relógio adiantado em uma hora. Ela, contrária à medida, diz que a mudança atrapalha o organismo, a qualidade de vida e até o humor. Assim como o casal, morador de Brasília, hoje, à meia-noite, pessoas das regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e do estado do Tocantins devem adiantar o ponteiro em 60 minutos. A alteração se estende até 17 de fevereiro de 2013, gerando, segundo o Ministério de Minas e Energia, uma economia de R$ 280 milhões aos cofres da União ; valor superior ao do período anterior (2011/2012), quando ocorreu uma redução de R$ 160 milhões nos gastos.
;Tenho muita dificuldade de me adequar ao horário de verão. Quando estou acostumando, ele simplesmente acaba;, reclama Laice. ;Fico mal-humorada, não tenho fome na hora do almoço. Isso mexe com meu organismo e me descontrola muito." O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Raimundo Nonato Rodrigues, especialista em transtornos do sono, esclarece que sintomas como o de Laice podem ocorrer por conta da mudança no horário. ;Há casos de descontrole emocional por privação de sono. Isso pode acarretar ainda problemas de memória, atenção, concentração e sonolência.; Ele explica que dormir é uma função biológica. ;Portanto, se a pessoa não descansa o número de horas necessárias para a retomada do status energético do corpo, ela entra num estado de privação do sono. O professor é contrário ao horário brasileiro de verão.