Ana Maria Campos
postado em 21/10/2012 08:00
Empolgado com a consultoria da empresa Jurong Consultants, contratada para a criação de um plano de desenvolvimento econômico para o Distrito Federal, o governador Agnelo Queiroz (PT) não esconde o incômodo pelas críticas que o projeto sofreu nos últimos dias. Especialmente as que partem de aliados.Para Agnelo, atacar o trabalho da empresa de Cingapura, cidade-Estado no Sudeste Asiático conhecida mundialmente pelo rigor no planejamento urbano, representa ;provincianismo;, ;miopia;, ;falta de informação; e ;fundamentalismo;. O governador assegura que o plano terá a participação de técnicos da capital brasileira, levando em conta a expertise e a capacidade dos cingapurianos para atrair investimentos. ;Estou rompendo com um passado de atraso e de obscurantismo, para um projeto de longo prazo, sustentável e ao lado de parceiros com credibilidade no mundo;, afirma. Em entrevista ao Correio, Agnelo fala também sobre segurança pública.
Por que a Jurong e não entidades do DF?
É uma empresa com grande expertise, de um governo com experiências vitoriosas e credibilidade internacional, que ajuda a atrair grandes empresas no mundo. É o que buscamos. Atacar Cingapura é uma demonstração de absoluta falta de conhecimento sobre a realidade. Grandes empresas brasileiras investem lá, como a Petrobras, a Vale, inclusive com faturamentos substanciais. E o Brasil tem procurado estreitar relações com Cingapura.
De onde surgiu a ideia desse acordo?
Surgiu por todo o histórico de Cingapura de desenvolvimento extraordinário. Em 40 anos, saiu de uma renda per capita de pouco mais de US$ 500 para US$ 50 mil. Tem hoje uma das maiores rendas do mundo. Por experiências também no Brasil, como o projeto do corredor norte de Minas Gerais, onde está instalado o aeroporto de Confins. O projeto também foi feito sem licitação.
O senhor tem batido muito nesta tecla do desenvolvimento econômico, mas há um problema grave no seu governo que é a segurança pública. O senhor acha está no caminho certo para conter a violência?
Nós fizemos uma mudança na política de segurança pública, integrando as forças como nunca aconteceu aqui no passado. E estamos fazendo um monitoramento importante, com um sistema em que se registra on-line todas as ocorrências. Podemos ver as características do crime, da pessoa que cometeu. Com essas informações, temos condição de tomar as medidas necessárias. Desde a implantação desse programa, chamado Ação pela Vida, tivemos bons resultados.