Jornal Correio Braziliense

Cidades

Donos do Imagination foram avisados da falta de tubulões, diz testemunha

O depoimento de testemunhas de defesa no caso do barco Imagination ocorreu nesta terça-feira (30/10). Um dos principais pontos abordados na audiência foi a ausência de caixas estanques no barco, fato visto como determinante para o naufrágio. O entendimento, de acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), é de que esses compartimentos existissem, o barco não teria afundado. As peças impedem a água de passar de um compartimento para outro.

A tragédia no Imagination matou nove pessoas em 22/5/2011 no Lago Paranoá.



O proprietário da Vila Náutica, cujo nome não foi divulgado, disse que chegou a aconselhar os potenciais compradores da embarcação a não fechar o negócio. Ele contou, segundo o tribunal, que, em uma visita ao barco, bateu nos tubulões e ouviu um barulho oco - o que seria indicativo de ausência dos compartimentos estanques do barco.

Afirmou ainda que, na documentação, constava que o barco era de 2007, quando na verdade seria de 1997.

O DJ que tocou na festa durante o acidente (nome também mantido em sigilo) afirmou que não houve orientação sobre coletes e que já havia visto o piloto do barco mexendo na caixa de máquinas, onde fica o motor, para retirar água desse local.

Relembre o caso

O acidente deixou nove pessoas mortas, entre elas um bebê de seis meses. Na ocasião, o barco era utilizado em uma comemoração de funcionários de um bufê. O flutuante deixou um píer do clube da Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade), no Setor de Clubes Sul, no final da tarde e, por volta das 21h daquele 22/05, a embarcação começou a afundar próximo à ponte JK.

O barco tinha 150m; e transportava ao menos 110 pessoas, sendo 12 tripulantes. No entanto, o Imagination carregava 20% a mais de sua capacidade, segundo a perícia realizada para investigar as causas do acidente.