postado em 31/10/2012 18:15
Marcus Vinicius Duarte Rodrigues tem 21 anos e a vontade de ir para a faculdade dirigindo uma moto. Em abril deste ano, o jovem adquiriu, em um site de compras coletivas, a oferta da Autoescola Taguatinga, no centro da cidade, que tratava de uma promoção para as 20 aulas obrigatórias para a obtenção da carteira de motorista de categoria-B (carro). As aulas de moto sairiam por R$ 350 a mais, segundo Marcus. Esse valor ainda não foi pago.A autoescola alegou que os horários para aulas de carro estavam muito apertados e o estudante começou, na sexta (26/10), pelas aulas para categoria-A (moto). O pai de Marcus resolveu que o filho não faria mais aulas de moto e ligou na escola na manhã da segunda (29/10) para cancelar o processo. Ao tentar resolver a questão, Marcus ligou novamente para a CFC-B na tarde da segunda e desde então não tem encontrado mais ninguém para atendê-lo. Nem mesmo em visitas ao local, que está com as portas fechadas.
Marcus Vinicius comentou que a aula de sexta-feira ocorreu normalmente. "A instrutora se despediu, dizendo que me via na segunda", lembra. O estudante recorda que quando foi ao local em outra ocasião para marcar as aulas, a funcionária atendeu um telefonema e a pessoa do outro lado da linha reclamou de algum serviço. "A mulher comentou que problemas como aquele eram comuns, mas que não sabia ainda sobre o caso daquele aluno", disse Marcus.
O jovem procurou o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), que pediu para que o contato fosse refeito na próxima segunda-feira (5/11). Ao Correio Braziliense, o Detran disse que foi informado do caso e que agora investiga a situação para, posteriormente, tomar providências.
Um instrutor de direção que trabalha em estabelecimento vizinho à Auto-Escola Taguatinga comentou os rumores sobre o caso: "Parece que a dona da auto-escola foi vender carteira muito barato, pegou o dinheiro dos alunos, não pagou os intrutores e fugiu", disse ele, que não quis se identificar. A instrutora Maria José Pereira da Silva prestava serviços à escola que fechou às portas, e informou que os salários estão atrasados desde agosto e que não tinha como a sede funcionar; for falta de pagamento estariam cortados serviços de água, luz, internet e telefone.
De acordo com Maria José, a autoescola foi vendida há pouco tempo para a atual dona e o negócio parecia ter ocorrido de forma tranquila. "Agora, o antigo dono parece que vai pegar os processos dos alunos e levar lá no Detran para que os problemas sejam resolvidos", disse ela, que confirmou a dificuldade de falar com a então patroa. "Não atende celular, não responde nenhum chamado", concluiu.
A reportagem tentou falar com a Autoescola Taguatinga, mas não conseguiu o contato.