Basta um empurrão ou um olhar atravessado para desencadear a violência. Sem motivo aparente, jovens brigam entre si e protagonizam cenas que, muitas vezes, terminam em tragédia ou com sequelas graves para as vítimas. Discussões por causa de uma garota, grupos rivais em disputa de território, garotos que simplesmente não vão com a cara uns dos outros são motivos banais que resultam em pancadaria em shows, festas ou saídas de boates. Enquanto a juventude se envolve em brigas, provoca-se pelas redes sociais, a sociedade se choca, sem entender o porquê de tanta agressividade, com casos como o ocorrido em Brasília no domingo passado. No Lago Norte, Leonardo Guimarães Moreira,18 anos, apanhou de sete até desmaiar. Ele ainda se recupera em um hospital da Asa Norte.
Essa mesma intolerância, por pouco, não tirou a vida de Bruno Souto Vaz, em 22 de outubro de 2011. Na ocasião, ele tinha 28 anos e conversava com uma menina na porta de uma casa de shows, em Taguatinga Sul, quando foi atacado por um grupo de cinco rapazes. Recebeu chutes e socos, todos na cabeça, e ficou dois dias em coma induzido na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Base do DF. A brutalidade fez com que perdesse parcialmente a visão do olho direito. ;Algumas pessoas aprendem a lutar para depois sair por aí, brigando na rua. Ninguém mais pode sair e se divertir;, critica Bruno.
A história de Brasília é marcada por situações semelhantes. Muitas delas, tiveram desfecho trágico, com a morte dos agredidos. Foi o que aconteceu com o promotor de eventos Ivan Rodrigo da Costa, o Neneco, 29 anos. O jovem morreu nove dias depois de receber golpes de capoeira dados por um grupo de cinco jovens na saída de uma boate no Setor Comercial Norte, em 2006. O estudante de publicidade João Cláudio Cardoso Leal, 20, também foi morto ao ser espancado na saída de uma boate na Asa Norte, em 2000.