postado em 08/11/2012 06:03
A memória talvez seja a única ferramenta que o presente tem para emendar os enganos do passado. Serve como alerta para que novos atentados aos direitos e às liberdades civis não sejam tolerados. A lembrança é uma engrenagem da justiça e uma pressão sobre o sigilo. Para quem perdeu alguém ou sobreviveu à ditadura militar no Brasil (1964-1985), esquecer a história simplesmente não é uma opção. Eles ainda lutam para conseguir que os acusados de torturar e assassinar opositores ao regime recebam a devida punição. Inclusive aqueles que deram fim à vida de Honestino Guimarães, de Paulo de Tarso Celestino e de Ieda Delgado, todos estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e militantes da resistência desaparecidos entre 1971 e 1974.
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Amanhã, às 8h30, o auditório da Reitoria da UnB receberá uma homenagem aos três, organizada por contemporâneos e amigos. Eles formam o Coletivo da Oca ao Centro Olímpico ; nome dado em referência ao alojamento estudantil feito em madeira, apelidado de ;oca;. Mais do que relembrar a história do trio, o grupo fará novo apelo para que o país puna os algozes de quem lutou contra o governo militar. ;O Honestino, a Ieda e o Paulo são simbólicos, mas o ato serve também para homenagear os sobreviventes e reafirmar que o torturador não tem perdão e esse crime não prescreve;, explica o físico Álvaro Lins, 63 anos, amigo e ex-colega de UnB de Honestino.