postado em 02/12/2012 08:03
A proposta era desafiadora. Incluir uma cidade moderna, com apenas 27 anos de existência e ainda em formação, na lista de bens com um excepcional valor para a cultura da humanidade. Defender mundialmente um sítio que não tinha nem sequer proteção nacional. Decisão polêmica tomada em uma das reuniões anuais do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) por representantes de 21 países. Naquele 7 de dezembro de 1987, Brasília se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade, título, até então, concedido apenas a cidades históricas como Salvador, Olinda, Paris, Veneza, Cairo ou Jerusalém.Na próxima sexta-feira, a honraria concedida pela Unesco completará 25 anos. Um quarto de século de luta pela preservação das características originais do Plano Piloto de Lucio Costa, que inaugurou uma nova forma de se viver no Brasil e garantiu aos moradores da capital uma qualidade de vida única no país. Ao inscrever Brasília na lista de Patrimônio Mundial, a Unesco reconheceu o valor excepcional da capital do ponto de vista da arte e da história para a cultura da humanidade. Cidades com tal reconhecimento são locais insubstituíveis que devem ser conservados e transmitidos para as gerações futuras. O país que tem um bem considerado patrimônio da humanidade se compromete, mundialmente, a preservá-lo. Brasília é a única cidade modernista inscrita na lista da Unesco no planeta.
Para a coordenadora de Cultura da representação da Unesco no Brasil, Patrícia Reis, o título demonstra que o bem é de interesse mundial. ;Além disso, enfatiza para a própria população o sentido e a importância do patrimônio protegido, facilitando a sua conscientização e a identificação das ameaças que pesam sobre cada sítio;, afirma. ;Há bônus, mas também ônus. Os governos local e federal devem ter cuidado com a preservação desse patrimônio;, alerta.