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Governo Federal irá investir R$ 42 milhões no DF para combater uso do crack

postado em 08/12/2012 08:09
O combate às drogas no Distrito Federal deve contar com o reforço financeiro de R$ 42 milhões do governo federal a partir deste mês. O governador, Agnelo Queiroz, aderiu, ontem, ao programa Crack, é possível vencer, que visa combater o uso desta e de outras ilícitas substâncias por meio do tratamento de usuários dependentes, da prevenção ao consumo de entorpecentes e do combate ao tráfico. A parceria foi firmada na tarde de ontem, no Salão Nobre do Palácio do Buriti, e contou com a participação da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, e da secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki.

Para a parte de tratamento e atenção à saúde dos usuários de drogas do Distrito Federal, o Ministério da Saúde destinará R$ 26 milhões. Com o investimento, quatro Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD) serão criados no Plano Piloto, em Taguatinga, em Ceilândia e em Samambaia. Os dois primeiros, com atendimento a crianças e jovens, e os outros dois serão destinados aos adultos. Atualmente, o DF conta com sete Caps, que têm capacidade média de atendimento para 350 pessoas.

Outros três Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) também deverão ser criados; dois em Ceilândia e o outro na região do Areal, entre Taguatinga e Águas Claras. Dois Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centros POP) também devem ser instalados em Ceilândia e Taguatinga a partir dos recursos federais. O único Centro POP em funcionamento está localizado ao lado da entrada do Parque da Cidade, na 903 Sul. Essas unidades também são de apoio aos usuários de drogas e a moradores de rua.

A ministra Tereza Campello enfatizou que a adesão do DF ao programa é apenas uma etapa superada. ;O documento consolida uma ação efetiva e que vai alterar a realidade de Brasília no que diz respeito ao combate contra o uso de drogas. Vemos que o crack, especialmente, é um fenômeno novo, que demanda uma ação de Estado e do poder público que, até então, era desconhecida por nós;, afirmou.

O governador também ressaltou os esforços do GDF na implantação do Comitê de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. ;Tomamos todas as iniciativas para cumprir os requisitos que permitissem a adesão do DF ao programa ainda este ano. Hoje vemos o resultado desse trabalho, empreendido por 15 secretarias, que já tirou de circulação 3,2 toneladas de drogas das ruas, além da apreensão de mais de R$ 440 mil em dinheiro vivo nas mãos de traficantes;, disse.

No eixo da prevenção, o Ministério da Justiça deverá investir R$ 10 milhões. Oitenta por cento desses recursos serão direcionados para a formação de profissionais que atuarão nas áreas de educação, saúde, assistência social, Justiça e segurança pública. A expectativa do GDF é quailificar, por meio de cursos a distância, 23.972 pessoas. Do total, 1,4 mil são lideranças e conselheiros regionais; 1,5 mil profissionais de saúde e assistência social; mil lideranças religiosas; 8 mil educadores da rede pública e 1,5 mil gestores, profissionais e voluntários de comunidades terapêuticas do DF.

Segundo o secretário de Justiça do DF, Alírio Neto, o GDF atualmente atende, em regime de internação, a 90 dependentes químicos, com expectativa de que o número alcance 160. ;Temos capacidade de chegar a 250 vagas em comunidades terapêuticas, mas não podemos forçar a entrada desses pacientes nas clínicas;, disse.

Segurança pública
As ações policiais do programa Crack, é possível vencer serão focadas nos locais de maior concentração do uso e tráfico de drogas, especialmente nos centros urbanos. O governo garante que ações de inteligência e investigação deverão ser valorizadas, assim como o reforço do policiamento ostensivo próximo a essas áreas.

Com R$ 6 milhões destinados ao Distrito Federal no âmbito do programa, a segurança pública deverá receber o incremento de 60 câmeras de vídeo-monitoramento fixo; 12 veículos, entre carros e motos, que poderão percorrer os principais pontos de consumo e tráfico com câmeras de vídeo; além da capacitação de 160 profissionais de segurança pública que atuarão nas cenas de uso do crack.


Pontos críticos
Dados divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública apontam que Brasília, Ceilândia e São Sebastião são as campeãs no número de ocorrências de tráfico de drogas, entre janeiro e outubro deste ano. O Setor Comercial Sul, a QNN 5 de Ceilândia e a Rua 14 de São Sebastião são os principais focos do problema. A maior parte das ocorrências foi registrada às quartas-feiras no período da tarde, entre as 15h e as 18h. Taguatinga e Planaltina completam a lista das cinco cidades com concentração de ocorrências relacionadas a drogas.

Para saber mais

Programa interministerial
O programa Crack, é possível vencer conta com a atuação integrada dos ministérios da Justiça, da Saúde, e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, além da Casa Civil da Presidência da República e da Secretaria de Direitos Humanos. Os estados de Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Acre, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Groso do Sul, Piauí, Paraná, Ceará e São Paulo já aderiram ao programa, que foi lançado em dezembro do ano passado e prevê investimentos de R$ 4 bilhões em todo país, até 2014.

Entre as ações que deverão ser desenvolvidas no Distrito Federal, estão a construção de quatro novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a serem integrados como parte das ações de tratamento de usuários de drogas; a capacitação de 24 mil líderes e conselheiros municipais para a atuação na prevenção ao uso de entorpecentes; e a instalação de 60 câmeras de vídeo-monitoramento fixo nos principais pontos de consumo e venda de drogas, que integrarão as ações de combate ao tráfico de drogas. Tratamento, prevenção e combate ao tráfico receberão, respectivamente R$ 26 milhões, R$ 10 milhões e R$ 6 milhões.

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