Ana Maria Campos
postado em 16/12/2012 08:17
Todos os que se aventuram a explorar terras alheias no Distrito Federal querem se dar bem, estão atrás do lucro fácil, da moradia de graça, de uma conquista imediata que pessoas de bem levam anos para construir legalmente. Na capital do Brasil, esses tipos de criminosos são personagens constantes de denúncias oferecidas à Justiça. Nos últimos 25 anos, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou 648 ações contra grileiros, segundo levantamento a que o Correio teve acesso. São denúncias de parcelamento irregular do solo envolvendo quase todos os loteamentos clandestinos que surgiram principalmente a partir do início da década de 1990. Processos contra 1.782 réus. Alguns são figuras repetidas e conhecidas por estarem envolvidos em casos de retumbante repercussão.A tentativa de constituir um parcelamento entre as quadras QI 27 e QI 29 do Lago Sul em terras das fazendas Rasgado e Paranoá é um desses episódios que provocaram um escândalo no Distrito Federal. A situação ocorreu em meio à campanha eleitoral de 2002 e envolvia o então candidato a deputado distrital Pedro Passos. A partir da CPI da Grilagem, ocorrida em 1995 na Câmara Legislativa, Passos e seus irmãos Márcio, Alaor e Eustáquio se tornaram ícones da mistura entre a política e a exploração da terra. A família, liderada por Pedro Passos, que tinha grande amizade com o então governador Joaquim Roriz, foi citada na conclusão das investigações.