Cidades

Atleta brasiliense vence dificuldades e consegue prata em mundial de caratê

postado em 20/12/2012 17:07

A atleta brasiliense, Mariana carvalho, 10 anos, mesmo com problemas de patrocínio, conseguiu ir para o mundial no Chile e ficou em segundo lugar no campeonato. A aluna, que participa de um programa de caratê na Escola Classe 31 de Ceilândia, pratica o esporte há apenas dois anos.

Em outubro, o Correio Braziliense contou a história da jovem atleta, que tinha conseguido uma vaga no campeonato mundial do Chile, mas poderia não participar da competição por falta de patrocínio. Depois da matéria ser publicada, a secretaria de Esportes, por meio do programa Compete Brasília, financiou duas passagens, para a atleta e um acompanhante. Um leitor, que também se interessou pela história de Mariana, realizou uma doação em dinheiro para ajudar com a hospedagem.

Com a passagem e o dinheiro em mãos, Mariana embarcou com o tio para Puerto Montt, no Chile, onde passou uma semana. A competição, que aconteceu entre os dias 13 e 15/11, rendeu mais duas medalhas de prata para a coleção, que já conta com 16 medalhas, incluindo algumas do sulamericano na Argentina.

Na competição, a atleta conseguiu uma medalha em combate, depois de vencer duas chilenas, e chegou à final contra uma argentina. A outra medalha foi conquistada em uma apresentação individual, chamada kata com bastão, onde são simulados movimentos de luta.

Mariana planeja continuar treinando caratê e não vê fim para sua carreira de atleta. Mesmo fazendo planos para a faculdade - ela planeja fazer medicina ou veterinária - quer continuar se dedicando ao esporte.

Projeto Karatê na Escola

O professor Marcelo Souza, 23 anos, está muito satisfeito com os resultados da aluna. Marcelo começou a trabalhar na Escola Classe 31 de Ceilândia como monitor, parte do programa de bolsa da faculdade. Em 2010, ele teve a ideia de iniciar um projeto para ensinar caratê para os alunos. Mesmo com muita dificuldade, sem infraestrutura adequada, ele tem uma turma de 50 crianças, que treinam em uma sala improvisada da escola, com emborrachado no chão e estantes de livros encostadas nas paredes.

Ele lamenta a situação enfrentada por Mariana. "Ninguém tem interesse em investir no esporte amador. Ela foi uma exceção, teve muita dificuldade, mas conseguiu. Seria melhor se tivesse mais incentivo". Ele vê que a situação poderia ser muito diferente se existisse mais interesse pelo esporte. Um Centro Olímpico, que fica ao lado da escola, por exemplo, poderia ser usado para ampliar o projeto. "Seria possível atender mais alunos, além de pessoas da comunidade", diz ele.

Agora, ele espera ansioso pelas Olimpíadas Escolares e vê a ocasião como uma oportunidade para descobrir novos atletas. O exemplo de Mariana é um incentivo para os outros alunos, que estão empolgados vendo o esporte abrir portas e levar a colega para outros países. "Eles veem ela como um exemplo e querem fazer igual", diz ele sorrindo. "Todo mundo quer fazer caratê agora", afirma Mariana.

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