Cidades

Discretos rituais marcam passagem da suposta data fatídica em Alto Paraíso

postado em 22/12/2012 07:00
Cláudia e Laila deixaram São Paulo para acompanhar o início de um novo ciclo em Alto Paraíso ao lado de Jair Barbosa, amigo da família: renovação

Alto Paraíso (GO) ; No dia em que eram esperadas tempestades solares, explosões e inundações, veio a calmaria. Alto Paraíso, distante 230km de Brasília, sobreviveu ao 21 de dezembro quase sem se abalar com a possibilidade de o mundo ter acabado ontem. A mais recente profecia sobre a destruição da Terra, baseada no calendário Maia, não se concretizou e a cidade goiana viveu mais um dia de tranquilidade. Os místicos, que encaram a data como um período de mudanças, meditaram e fizeram rituais discretos pelo vilarejo para simbolizar a transformação. Poucos se atreveram a se trancar em casa à espera do cataclismo.

O movimento de turistas aumentou com a proximidade do fim de semana e com a propaganda em torno do fim do mundo. A prefeitura não soube precisar quantos visitantes chegaram a Alto Paraíso, mas informou que o número ficou muito aquém do esperado. Donos de pousadas, restaurantes e supermercados se prepararam para uma expectativa que não se concretizou. A administração local também organizou festas que devem ocorrer até amanhã.



Mesmo sem acreditar na destruição da Terra, o casal Ranndys Soares, 37 anos, e Ludmila de Castro Borges, 37, moradores de Goiânia (GO), chegaram em Alto Paraíso atraídos pela profecia. O ator e cantor foi até a cidade para fazer um dos shows programados pela prefeitura no fim de semana. A vendedora, por sua vez, já tinha demonstrado a vontade de estar na cidade quando a data chegasse. ;Existia uma forte crença mística de que tudo acabaria, e as pessoas que não creem ficam como nós, querendo saber o que vai acontecer. Por isso, estamos aqui;, brincou Ranndys. ;Estamos comemorando que o mundo não acabou no paraíso;, completou Ludmila. A comerciante Cláudia Dib, 50 anos, moradora de São Paulo, esteve na cidade para renovar as energias. No passeio de ontem, não poderia faltar a ida a uma cachoeira. ;Hoje, era o dia em que deveríamos estar aqui. O Sol se alinhou com a Terra e os outros planetas, e estamos recebendo uma energia muito forte do cosmo. Poderia ter havido um abalo sísmico, mas o efeito ainda é uma incógnita;, explicou. Cláudia esteve no local com familiares, entre eles a neta Laila Zkman, 4 anos.

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