Cidades

Hemocentro tem estoques abaixo de nível seguro e precisa de doações

A maior carência é de tipos sanguíneos O, A, B e AB com fatores negativos, o que não diminui a necessidade dos positivos

postado em 13/01/2013 16:27

A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) precisa de doações. A maioria das pessoas já deve ter visto ou ouvido essa frase nos meios de comunicação e em propagandas espalhadas por toda a cidade. Os constantes pedidos se justificam diante da necessidade de manter os estoques de sangue em um patamar seguro.

O exemplo de familiares levou Geórgia Célia Pereira, 30 anos, a doar sangue pela primeira vez. "Meu marido, minha irmã e meu cunhado são voluntários, então resolvi fazer minha parte e gostei muito", afirma a moradora do Setor M Norte, em Taguatinga, que pretende continuar regularmente.

A Fundação Hemocentro de Brasília agradece. Dados do Núcleo de Captação de Doadores do órgão mostram que são necessárias 250 doações por dia dos mais variados fatores sanguíneos para atingir a reserva mínima. Esse quantitativo, no entanto, não garante o aproveitamento de todo o material coletado.

"Após fazer a triagem dos voluntários e examinar o sangue recolhido, dispensamos boa parte dos doadores. Ao fim do dia, restam apenas cerca de 200 bolsas", explica a chefe do Núcleo de Captação da Fundação Hemocentro de Brasília, Lauciene Montalvão.

Outro fator que concorre contra a manutenção das reservas do Hemocentro em níveis seguros é o prazo médio para utilização de alguns materiais, de apenas cinco dias após a doação. O Hemocentro precisa, principalmente, de tipos sanguíneos O, A, B e AB com fatores negativos, o que não diminui a necessidade dos positivos.

Processo seguro
Após a captação, os componentes são devidamente separados e ficam prontos para serem usados em diferentes especificidades clínicas. "É um processo seguro, tanto para quem doa quanto para quem recebe. Tudo é realizado com materiais descartáveis e com total higiene, para evitar contaminações", garante a chefe do Núcleo de Captação da FHB. "Após coletadas, as bolsas passam por exames laboratoriais minuciosos, que indicam a existência ou não de algum impeditivo para a utilização", completa.

Desde 1976, Luciano Farias de Souza, 54 anos, faz doações três ou quatro vezes por ano. "Hoje, ficou muito mais fácil. Antes, o processo era mais grosseiro, com coleta de sangue apenas no período da manhã, em jejum. Agora, tomando os devidos cuidados, pode-se doar até após o almoço", conta.

Para Luciano, o que falta é informação. "Somente o esclarecimento vai acabar com mitos como o de que mulheres não poderiam doar por menstruarem ou que o sangue iria engrossar ou afinar. Vá doar. É tão fácil que para se recuperar basta apenas beber água", enfatiza.

Geórgia teve que derrubar alguns mitos para se tornar doadora de sangue, como a dor da picada de agulha ou os riscos. "Soube que todo o material utilizado é descartável. Além disso, uma entrevista com perguntas íntimas pode evitar que algo indesejável passe pelo sangue. É tudo muito seguro", completa.

Como doar

As doações podem ser realizadas de segunda-feira a sábado, das 7h às 18h, na Fundação Hemocentro de Brasília, localizada na Via W 1 Norte ; próximo ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Para fazer a doação pela manhã, o candidato deve se alimentar bem e evitar comidas gordurosas e leite. Após o almoço é necessário obedecer à mesma regra, e a coleta só pode ser realizada duas horas após a refeição.

Também é preciso pesar mais de 50kg, ter entre 16 e 67 anos, não ter feito tatuagens em menos de um ano nem ter contraído hepatite B ou C. Mulheres grávidas ou em período de amamentação também estão impedidas de doar, assim como as pessoas que tomam algum tipo de remédio contínuo, caso avaliado pelos entrevistadores do Hemocentro antes da coleta.

Os doadores ainda contam com transporte gratuito, entre 8h e 18h, da Rodoviária do Plano Piloto ao Hemocentro. Clique aqui e confira a tabela de horários e mais informações sobre o serviço.

Serviço
Hemocentro de Brasília
Via W 1 Norte ; próximo ao Hospital Regional da Asa Norte.
Horário de atendimento: Segunda-feira a sábado, das 7h às 18h.
Informações pelo 160, opção 2.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação