Isabela de Oliveira
postado em 20/01/2013 08:00
Para muitos, o processo é natural. Encontrar um bom emprego após terminar a faculdade faz parte do caminho trilhado desde o jardim da infância. No entanto, obter independência na vida adulta é uma tarefa difícil para pessoas como Michele Santos. Ela nasceu com deficiência intelectual (DI), o que dificulta o aprendizado. Aos 32 anos, cursa o 3; ano do ensino básico, mas nem por isso desistiu do que chama da ;vida de gente grande;.
Michele faz parte de uma turma de oito pessoas com DI que trabalham na higienização de documentos antigos da Coordenação de Preservação de Bens Culturais da Câmara dos Deputados. A chance é resultado de uma parceria de órgãos federais com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF).
O projeto Emprego Competitivo Apoiado inseriu, desde 2007, 26 portadores de DI no mercado de trabalho. Eles atuam na área de conservação dos volumes, por meio de higienização de livros e documentos. Os oito alunos na Câmara dos Deputados conseguem, por ano, limpar e conservar mais de 540 mil folhas. ;Trabalhar me animou para estudar. Quero fazer faculdade e chamar os meus amigos para a formatura;, conta Michelle, que conseguiu viajar para o parque da Disney, nos Estados Unidos, com o próprio salário. ;Eu ajudo meus familiares e pretendo levar meus pais para viajar em Manaus;, planeja a moradora de Sobradinho.