O Jardim Zoológico de Brasília ganhou novos moradores. Quatro ovos de uma serpente, popularmente conhecida como cobra-do-milho, começaram a eclodir na manhã desta segunda-feira (21). Os pequenos répteis estão em uma chocadeira que fica na administração do estabelecimento. Eles já nascem com histórias para contar. A fêmea que deu a luz aos pequenos é a mesma que, moradores do 20; andar de um prédio de Águas Claras encontraram no forro do apartamento em 15 de junho de 2012. Ela só foi resgatada da residência pela Polícia Militar Ambiental quatro dias após o primeiro avistamento. Um dos filhotes conseguiu romper a casca, brinca na caixinha de areia e come pedaços pequenos de ratos.
Um segundo irmão (ou irmã) começou a romper a casca do ovo e a expectativa é que se liberte até a tarde desta terça-feira (22/01). E até o fim da semana, os dois últimos devem despontar. O período de gestação do animal dura até três meses, mas, segundo o médico veterinário Thiago Luczinski, como eles ficaram em um ambiente úmido e com temperatura elevada ; cerca de 30; Celcius ; esse tempo caiu para 54 dias. "Fazemos isso propositalmente. O ovo da cobra é pergaminoso, isto é, tem uma casca com consistência semelhante a de couro. Então, precisa estar úmida quando chega a hora de eclodir, para que as serpentes consigam romper o invólucro. Por isso não deixamos com os pais", explica Luczinski.
Outro motivo para os biólogos recolherem os ovos é que o ambiente onde os pais estão é mais seco, e os répteis não tem o hábito de cuidar dos filhotes. Segundo o veterinário, na natureza, as cobras dão à luz e deixam que os espécimes se desenvolvam à temperatura ambiente. Por isso a demora em gestar os pequenos. Agora, os filhotes ficarão no zoológico por, pelo menos, quatro meses, em uma área interna do mostruário de serpentes, mas longe dos olhos dos visitantes. Após esse período de desenvolvimento, tratadores e administradores decidirão se devem ficar com os espécimes ou se farão permuta de animais com outros zoológicos brasileiros.
A mãe dos filhotes é uma cobra-do-milho albina branca com manchas amarelas, mas os dois primeiros a sair dos ovos se parecem mais com o pai, de cor cinza-prata com manchas alaranjadas. De acordo com o Luczinski, pelo comportamento dócil, a fêmea nasceu em cativeiro. O verdadeiro dono do bicho não se manifestou à época que ela foi encontrada. "Não é uma espécie nativa do Brasil, e é proibido importá-la. Acho que por isso a pessoa que criava a cobra não apareceu. Nos Estados Unidos, é comum que pessoas criem o animal em casa", disse.
Natureza Selvagem
De nome científico Panterophis guttatus, a serpente pode chegar a 1,8 metros de comprimento e é nativa da América do Norte. A cobra-do-milho pode ser encontrada na natureza tanto próximo a plantações, quanto de encostas pedregosas. O espécime não possui veneno, se alimenta de aves, roedores e lagartos e prefere ambientes secos à úmidos.
Confira a reportagem da TV Brasília
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