Apesar de a arrecadação com multas de trânsito crescer a cada ano no Distrito Federal, o investimento na educação de motoristas e pedestres não acompanha essa tendência. Pelo contrário, há três anos, o percentual aplicado em campanhas para conscientizar os brasilienses sobre os riscos do trânsito se mantém abaixo dos 3% do total arrecadado com infrações. Antes, essa fatia era três vezes maior. Somados, os valores investidos nos últimos três anos equivalem a menos da metade aplicada em 2009.
Os dados revelam ainda que, de 2008 para cá, enquanto o valor aplicado em educação para o trânsito encolheu 68,8%, caindo de R$ 8,2 milhões para R$ 2,5 milhões no ano passado, o montante arrecadado com as multas aplicadas aos condutores cresceu 24,9%, de R$ 88,2 milhões para R$ 110,1 milhões no mesmo período.
Ao longo de 2012, somente o Departamento de Trânsito (Detran-DF) recolheu em média R$ 301,7 mil em multas por dia. Significa dizer que, a cada minuto, os brasilienses desembolsam R$ 209,57 para pagar essas infrações. Apenas os radares flagraram 1.114.373 veículos em excesso de velocidade nas pistas do DF, conforme revelou o Correio na semana passada. É como se oito em cada 10 carros da frota tivessem sido multados pelos pardais e pelas barreiras eletrônicas. O artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) limita a destinação do dinheiro arrecadado em virtude das imprudências dos motoristas. A verba deve ser aplicada exclusivamente em sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.