Cidades

Operação busca documentos que comprovem irregularidades em convênio da FAP

postado em 08/02/2013 09:32
Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta sexta-feira (8/2), no Lago Sul, na Asa Sul, no Setor de Indústria e Abastecimento (Sia) e em Goiânia. Policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) recolheram documentos e computadores que podem ajudar a comprovar supostas irregularidades de um convênio firmado com dispensa de licitação entre a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP) - na gestão do então presidente Renato Caiado - e a Associação Comercial do DF (ACDF) no ano passado. O valor do acordo foi de mais de R$ 5 milhões para a prestação de serviços.

Apreensão realizada na casa

No cumprimento de um dos mandados, em residência de Goiânia, o empresário Paulo Sérgio Araújo acabou preso por posse ilegal de arma. Entre os alvos dos agentes também estavam dois imóveis de Danielle Bastos Moreira, ex-presidente da ACDF, além de uma empresa no Sia e dois apartamentos na Asa Sul. Por volta das 6h40, os policiais entraram na casa dela em busca de documentos.

A ação desta sexta-feira é continuidade da Operação Firewall, deflagrada pela Deco em agosto do ano passado. De acordo com as apurações, a FAP, órgão ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia, assinou o convênio com a ACDF para o desenvolvimento de projetos tecnológicos. Em menos de dois meses, a associação teria realizado pagamentos no valor de R$ 1,8 milhão em favor de empresas de Paulo Sérgio Araújo. Nenhum projeto teria sido realizado. O convênio não teria ido para frente após a intervenção da Secretaria de Transparência do DF, do Ministério Público do DF e da Polícia Civil.

De acordo com o delegado Henry Peres, chefe da Deco, o convênio entre a FAP e a ACDF foi firmado com dispensa de licitação e de forma rápida. "Também foi aberta uma conta em nome da FAP que era administrada pela Danielle (Moreira) e por uma tesoureira dela", detalha. O delegado ressalta ainda que cerca de R$ 1,8 milhão foi depositado na conta um mês após o convênio ter sido assinado. "Mas o valor foi transferido para duas empresas, uma delas de faixada. Também foram feitos saques. E toda a movimentação era autorizada pela Danielle Moreira", explica. O próximo passo da investigação, segundo o delegado Peres, é descobrir para onde o dinheiro foi após sair da conta da FAP.



Documentos e computadores que forem recolhidos nesta manhã podem ajudar a polícia a acumular provas do possível esquema de peculato, formação de quadrilha e dispensa de licitação.

Em Goiás, a Deco teve apoio dos agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Os agentes goianos participaram da prisão de Paulo Sérgio e das buscas realizadas na casa dele. Pela posse ilegal de arma de fogo, o empresário foi encaminhado à unidade especializada de Goiás. O delegado-chefe da Draco, Alexandre Pinto Lourenço, estipulou fiança de R$ 3 mil para que Paulo seja solto. Até o fim da tarde desta sexta-feira (8/2) o valor não havia sido pago.

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