Cidades

Número de videolocadoras no DF caiu de 607 para 96 na última década

Mercado que viveu um boom nos anos 2000, hoje enfrenta dificuldade para garantir clientela. Pirataria, tevê a cabo e internet são apontadas como algozes do segmento

postado em 17/02/2013 07:00
Em maio de 2011, Laura fechou a Loc Filmes, loja com acervo de 12 mil títulos no Guará. Montou um café na cidade, mas sente falta do antigo negócio
O segmento que já foi febre há 10 anos virou um desafio para quem ainda insiste na locação de filmes como negócio. Dados do Sindicato das Empresas de Videolocadoras do Distrito Federal (Sindevídeo-DF) mostram o declínio do setor a cada ano. Desde 2004, o número de lojas caiu mais de seis vezes. E apenas nos últimos três anos, quatro em cada 10 empresas fecharam as portas. Hoje, apenas 96 estabelecimentos resistem à concorrência da pirataria, da internet e da tevê a cabo e permanecem em funcionamento na capital.



O presidente do Sindevídeo-DF, Paolo Piacesi, diz que o mercado em Brasília segue a tendência do restante do país, em que a queda é contínua. A venda ilegal de DVDs e o avanço da internet, reforça ele, representaram um duro golpe para o segmento. ;Do jeito que está, trata-se de um negócio impraticável sob a ótica empresarial;, diz Piacesi, que tem dificuldade em preencher os cargos da diretoria do sindicato ; atualmente, quatro das 14 vagas estão em aberto.

;Ficou um vazio;

A Loc Filmes, no Guará 2, era uma das locadoras que fazia os clientes formarem filas na porta aos fins de semana. Com um acervo de 12 mil títulos, a loja foi referência para os moradores da cidade que quiseram a assistir a filmes no conforto de suas casas por 18 anos. Chegou a ter 5 mil clientes que locavam vídeos com frequência. Cresceu tanto que chegou a ter uma filial na Asa Sul, entre 2004 e 2008. A matriz no Guará tinha 300 metros quadrados, 14 funcionários com carteira assinada e ainda contratava freeelancers aos sábados e domingos. Apesar do sucesso, a dona da empresa decidiu fechar as portas em maio de 2011. ;O dono do imóvel pediu a loja e eu não me animei em montar uma nova em outro lugar. Tinha uma clientela fiel, o ponto era muito bom, mas o mercado tinha diminuído. Fiquei com medo de não dar certo;, conta Laura Rodrigues, 49 anos.

Mercado que viveu um boom nos anos 2000, hoje enfrenta dificuldade para garantir clientela. Pirataria, tevê a cabo e internet são apontadas como algozes do segmento

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