A causa tumulto na Câmara dos Deputados desde o fim da manhã desta quarta-feira (20/2). Ela foi convidada por parlamentares da oposição para apresentar o documentário em que relata as dificuldades que sofre em Cuba para manifestar seu pensamento.
A vinda de Yoani só foi confirmada na noite de terça-feira (19/2). A exibição do vídeo e a fala dela ocorrem na sala da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Oposicionistas reclamaram que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, antecipou o horário da sessão principal, antes marcada para 14h, para evitar que a TV Câmara transmitisse a visita da cubana, já que a votação no plenário central é prioritária. "Por que foi antecipada? Simplesmente para cercear o direito de uma pessoa falar livremente no Congresso Nacional, o que é inadmissível", criticou o líder do DEM, Ronaldo Caiado.
Antes de iniciar o evento, o grupo que convidou a blogueira a acompanhou até o plenário e a levou à mesa diretora, causando protestos inflamados de petistas e bate-boca. "Essa atitude fere o regimento, fomos abruptamente interrompidos no momento de uma votação", irritou-se a deputada Erika Kokay (PT-DF). No momento do tumulto, Yoani sorriu, fotografou o plenário do alto, foi fotografada ao lado de parlamentares e agradeceu as manifestações favoráveis. Em seguida, voltou para o local onde o filme é exibido. Após a polêmica, o presidente da Câmara autorizou a transmissão do evento pela internet e pela TV Câmara quando a sessão de votação do plenário for encerrada.
Na sala de exibição do filme, o clima também foi de tensão. Houve troca de ofensas e protestos de pessoas contra e a favor do regime de Fidel Castro. Na porta do plenário, cerca de 20 pessoas gritavam palavras de ordem em defesa do regime cubano ou a favor de Yoani, segurando cartazes e bandeiras de cuba. Apesar do barulho não houve violência física entre os manifestantes.