A luta contra a homofobia fez com que alunos da Universidade de Brasília (UnB) se reunissem para discutir casos de agressões contra homossexuais na instituição. O encontro aconteceu ontem no Instituto Central de Ciências Norte (ICC Norte) e durou cerca de três horas. Na ocasião, alunos deram relatos de agressões vividas dentro da UnB, e uma professora anunciou a abertura de uma secretaria no câmpus para tratar do assunto.
O estudante de serviço social e um dos responsáveis pela reunião, Luth Laporta, 20 anos, informou que são comuns casos como o da agressão contra uma estudante de agronomia, na última segunda-feira, no estacionamento da UnB. ;Hoje (ontem), foi só para conversarmos e termos ideias. Na próxima terça-feira, vamos fazer uma assembleia seguida de ato e levar as propostas à reitoria, pois agressões assim são recorrentes;, explicou Luth. No fim da tarde de ontem, um grupo se mobilizou com faixa colorida e pediu o fim do preconceito e da violência. Alguns casais de homossexuais trocaram beijos como forma de protesto.
Durante a reunião no ICC, a professora de serviço social e coordenadora do grupo de trabalho contra a homofobia, Valdenízia Peixoto, anunciou a criação de uma secretaria para tratar da assuntos relacionados ao tema. ;Vamos receber denúncias, acolher e socializar todas as pessoas que integram a universidade e que sofrerem algum tipo de violência homofóbica;, explicou. ;Estamos esperando um espaço físico e o espaço virtual no site da UnB.;
Em resposta à agressão da estudante de 20 anos, a UnB abriu sindicância para apurar o ato de violência. O procedimento administrativo foi anunciado ontem, durante entrevista coletiva, pela Decana de Assuntos Comunitários, Denise Bomtempo. As investigações terão como base o depoimento da aluna dado à 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte). Uma comissão com três integrantes do corpo docente serão responsáveis pelos trabalhos e terão até 30 dias para apresentar informações.