Uma quadrilha especializada em golpes de seguro de carro foi desarticulada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (26/2). O grupo era monitorado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) desde 2011 e, de acordo com as apurações, teria forjado pelo menos 30 colisões para receber as indenizações pelas perdas dos veículos. A Operação Perda Total prendeu quatro pessoas e realizou buscas nas casas dos envolvidos. Dois suspeitos não foram localizados e são considerados foragidos.
As apurações dão conta que os acidentes teriam rendido ao grupo pelo menos R$ 870 mil, em seis anos. Um dos envolvidos é Eldo Eloi Lopes. Até o começo do ano ele trabalhava em uma instituição bancária, e, segundo a polícia, ajudava os comparsas nos golpes. Morador do Lago Sul, Eldo é apontado na investigação como o cabeça da quadrilha; outros três familiares dele também estão entre os invetigados
Outro preso é Robster França Pereira, apontado pela polícia como responsável por forjar 24 acidentes. Em agosto de 2011, ele chegou a ser preso em Brazlândia pela prática do mesmo crime. Na ocasião, se envolveu em uma colisão entre uma Pajero e um Audi. A maioria das batidas ocorria em Ceilândia e em Taguatinga. Robster ganhava cerca de R$ 1 mil para cada colisão.
De acordo com o delegado Fernando Cocito, adjunto da Deco, os envolvidos na quadrilha compravam os carros com valores de mercado baixos, mas que apresentavam valores mais altos pela tabela Fipe. "Era um esquema altamente lucrativo em que eles conseguiam valores altos da indenização do seguro", explica o delegado.
O chefe da Deco, Henry Peres, garante que as investigações vão continuar. "Não descartamos a participação de outras pessoas e vamos continuar apurando colisões que podem ter sido forjadas", afirma.
Durante a operação desta terça-feira, os investigadores apreenderam ainda documentos e três veículos importados na casa de Eldo. Os presos irão responder por estelionato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Confira a reportagem da TV Brasília